Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
My blog, just like my brain, is a blend of languages. Welcome!

domingo, 30 de maio de 2010

Inverno no Brazil é...

... ver-me rodeada de pessoas vestidas com camisolas de gola alta, casacos compridos e botas, enquanto eu estou de calções, top de alças e hawaianas!

Aconteceu ontem, marcavam os termómetros 25ºC!

Inverno*

Não resisto... depois de anos a ouvir reclamações sobre os "míseros" 15 ou 20ºC que faziam em Portugal, enquanto eu olhava pela janela e via o céu cinzento e gelado da Polónia, chegou a minha vez de vingar. Ah e tal, como é que podes se aqui é Verão agora e aí é Inverno? 

O inverno daqui é a primavera daí. É estar ao sol sem derreter, é sentir aquela brisa fresca a acariciar-nos a pele, é vestir um casaco fininho à noite e é não ter calor para dormir! Adoro!

*Ok, ainda só é outono mas o inverno entra já no mês que vem, pelo que agora equivale ao nosso novembro. Além disso já me garantiram que não vai arrefecer muito mais.

Horrible! Terrible! Awful... winter!

Talking with my group mates at uni, about the winter in Brazil:

C.- In some parts of Brazil, like Bahia, in the winter it gets close to 15ºC and often people die...
Me- Seriously? It can get that cold there?
C. (putting his hand on my shoulder)- POSITIVE, Sara, 15ºC positive!

Back to basics

Voltei aos tempos de liceu ou de universidade onde as pessoas mais retrógadas (já nessa altura) nos impunham as regras mais idiotas. A minha senhoria deixou as "regras de boa convivência" penduradas no frigorifico.

Entre o baixar o tampo da sanita, o tomar banho em menos de 15 minutos, e outras coisas ridiculas de tão básicas que são, há perolas como as visitas apenas poderem ficar até às 22h. Ahahahahah
Se alguém ficar a dormir vai ter que pagar a diária, como se isto fosse um hotel!
Eu com vinte e seis anos e o E., meu housemate com trinta achámos o máximo e fartamo-nos de rir! Esperemos que isto fique por aqui, mas senão ficar, há mais sitios para viver.

De pernas para o ar

Tendo em conta as minhas experiências anteriores, de cada vez que bato a porta de casa e me ponho a caminho de onde quer que seja há um pensamento que me ocorre sempre: o que raio me irá acontecer desta vez. Porque boas ou mais, insignificantes ou não, tenho sempre histórias para contar. Desta vez apanhei comboios, aviões, autocarros e 24h depois, já estava aqui em BH na minha rua, quando o mesmo pensamento me ocorreu. Estranhamente, desta vez não tinha nada para contar. Devo estar a perder qualidades, pensei. 

Mas o dia ainda não tinha acabado...

É com alegria e muito cansaço que vejo o meu portão. Chave na fechadura... não entra. Boa, finalmente mudaram a fechadura perra e ferrugenta, mas e como é que eu entro? Bem, como mudaram a fechadura também devem ter arranjado as campaínhas, coisa que a senhoria disse que iria acontecer mal eu cheguei da primeira vez. Mas não. Nenhuma campainha funcionava, e restou-me bater no portão e chamar os vizinhos aos berros. Ninguém veio à janela sequer. Ok, posso sempre ligar à senhoria. Rodeada de malas, na rua, debaixo de um sol quente e vestindo 2 camisolas de manga comprida, troquei os cartões ao telemovel. O cartão brasileiro tinha expirado. Ok, eu copio o numero e volto ao português. Não deu, sabe-se la porquê. Com tudo isto 30 minutos se tinham passado e finalmente vejo uma vizinha a sair de casa e peço-lhe para me abrir o raio do portão.

Já a sonhar com um duche refrescante chego à porta do quarto que encontro aberta. Entro e vejo a cama sem lençois e o colchão levantado. Todas as minhas roupas estão desajeitadamente penduradas no colchão. Tudo o resto que estava no armário está espalhado pelo quarto. Vejo que me puseram as prateleiras que eu tanto pedi. É essa a causa de toda a confusão. Ok, nem vou pensar nisto, e no que tenho que arrumar, vou mas é tomar banho e ir até à universidade. Mas era pedir muito... a minha toalha também tinha desaparecido... aarrrgghhh

Ok, agora foi demais! Fui a casa da senhoria ver que tipo de furacão tinha passado pelo meu quarto. Ela decidiu lavar-me os lençois e a toalha, pôr umas prateleiras no armário e no quarto e ia já arrumar tudo "agorinha mesmo", mas não sabia que eu ia chegar nesse dia. Eu sei que não avisei, porque afinal eu entro e saio da casa que eu alugo quando eu quiser, certo? Além de que, estando fora 5 semanas, não esperava que ela fosse fazer tudo isso dois dias antes de eu chegar...



Foi uma sensação que desconfio que só quem passa por ela entende o quão desapontante é: imaginar que se vai chegar a casa, refrescar-se, estender-se na cama e descansar, e depois ver tudo de pernas para o ar e imaginar o trabalho todo que se tem pela frente... 
Foi um dia que nunca mais acabou, pois practicamente sem dormir e depois de ter que ir à universidade (35 minutos de caminhada para cada lado, lembram-se?), ainda cheguei a casa e tive que tornar o meu quarto habitável. No entanto valeu a pena! Agora parece um quarto a sério e nesse dia dormi que nem uma pedra.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Especialismo é saber-se cada vez mais sobre cada vez menos até saber-se tudo de nada!

William James

É assim que me sinto quando a minha irmã me pede explicações de química...

Reencontro

Um reencontro de alguns amigos.
Alguns anos depois do tempo de estudantes.
Comentávamos as nossas vidas e o modo como cada um seguiu a sua.
Cada um com seu emprego.
Já não contamos (tanto) os trocos na carteira.
Comentamos as novas tecnologias adquiridas.
As viagens feitas.
E no meio de tudo alguém comenta:

C.- Fogo, estamos crescidos. Ainda me lembro do meu carro podre quando andava na universidade. E também me lembro do da D.. Agora andamos as duas de carro novo e moderno. Crescemos.
S.- Pois, mas eu nisso não mudei. Não tinha carro e continuo a não ter.
C.- Tu agora andas de avião para todo o lado!

Ok, visto por esse ponto, gosto, gosto da minha evolução.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tantallon Castle


No domingo mergulhei numa das mais belas paisagens escocesas. Sempre que ouvia falar em Escócia era isto que imaginava. Prados verdes a perder de vista, castelos, ruinas e rochedos à beira mar. Edimburgo é uma cidade fantástica mas em volta da cidade há ainda mais para ver. Não foi preciso ir muito longe. A cerca de 45km da cidade situam-se as ruinas do Castelo de Tantallon.

A vista é fantástica e apesar de ventoso é um optimo local para um piquenique na relva verde. Dentro do perímetro do castelo está tudo tratado e bem conservado, ao contrário do que tanta vez já vi em Portugal. 


Do castelo a North Berwick, uma pequena vila à beira mar, onde cada casa tem umas escadas que dão directamente para a praia, é um saltinho e vale a pena ir. A visita muda um pouco a ideia fixa que temos de praia com areia fina e chapéus de sol.

E palavras escritas em pedra não são levadas pelo vento!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Les Misérables


Ontem fui ver este musical. 

Considerando a performance de toda a equipa: Grandes vozes, grandes actores e grande banda sonora.

Considerando tudo o resto: boring like hell tudo é cantado sem nenhuma linha falada, e em certas vozes e tons mais agudos não se entendia o texto pelo que a história se torna extremamente confusa (principalmente dos lugares mais atrás de onde não se distinguiam os actores uns dos outros). Só percebi a história completamente há 10 minutos atrás quando a li na internet. A melhor parte foi quase no final eu achar que até estava a perceber e achar dramático os 3 principais actores terem morrido. Na cena seguinte aparecem os 3 novamente e eu fico absolutamente confusa e fiquei (até há 10 minutos atrás) a pensar que tinha sido um qualquer acto de reissurreição. Afinal quem morreu foram outros...

Resumindo: Vão ver só se gostarem do género dramático musical e leiam a história ANTES de ir ver.


Conclusão pós-resumo: Fiquei traumatizada, preciso de ver o We Will Rock You outra vez. Alguém oferece bilhetes?

Onde há fumo nem sempre há fogo

Dos 4 companheiros de casa do J. só me faltava conhecer um. Ele sempre disse que era um tipo porreiro e que era mesmo azar que ficando lá em casa tantas vezes ainda não nos tivessemos cruzado. Na verdade, o tipo tinha uma namorada e quase nunca estava em casa. Recentemente zangaram-se o que aumentou as probablidades de eu o conhecer ou pelo menos me cruzar com ele lá por casa. 

Finalmente aconteceu... e como? Claro que comigo só podia acontecer da melhor maneira! Quase deitei fogo a uma frigideira (a fazer ovos mexidos!!!), o alarme de incêndios disparou e eu não sabia desligar aquela porcaria. Liguei ao J. que estava a trabalhar mas não atendeu, pelo que foi o rapaz, que estava a dormir que se levantou a desliga-lo. Pedi desculpa e ele tinha mesmo aquela cara de "quem é que será esta alminha e porque raio é que anda a deitar fogo à nossa cozinha!". Não me apresentei... digamos que não era a melhor altura...

Também sabia lá eu que aquilo se desligava num botão no tecto (tecnologia escocesa!), e que tinha que se usar um pau de vassoura!

O verdadeiro ladrão de... tartes

Quando: Sexta-feira à tarde
Onde: KB, bar universitário
Porque: a cerveja lá é boa e barata
Quem: eu, quem mais poderia ser!

O grupo do costume a fazer o mesmo de sempre à sexta feira à tarde. De repente alguém põe um tabuleiro com mini tartes em cima de uma mesa vazia. Cheiravam bem e tinham bom aspecto. Outro alguém ao meu lado me diz "Oh, free food! (comida grátis) Vai lá e traz uma para ti e outra para mim". Perguntei se era mesmo assim e ele respondeu que sim, que é normal o pessoal do bar às vezes por umas coisas para o pessoal comer. 
Então fui e como sou uma gaja fixe trouxe 3, para o caso de mais alguém querer e não ter a lata de lá ir. Fi-lo na brincadeira, rápido como se estivesse a roubar... e estava! Daí a 5 minutos veio um homem atrás de mim a reclamar que nada ali era oferecido e que tínhamos que pagar.

Desata tudo à gargalhada e acabou por ser engraçado. O mau da história foi a atitude racista do homem que quando chegou perguntou de que país éramos e se era assim que se fazia no nosso país. Levamos a pergunta na boa e não respondemos, mas o homem insistiu mesmo muito e apontou o dedo a um povo inteiro pelo que nós, duas pessoas, fizemos a brincar.

Ainda assim valeu a pena e as tortas eram de carne, muito escocesas e muito boas!