Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
My blog, just like my brain, is a blend of languages. Welcome!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ambiente de trabalho

Estou na salinha do meio do meu laboratório. De um lado, numa outra sala colada a esta está o meu colega L. que assobia enquanto trabalha, exactamente no lado oposto na outra sala está o meu colega C. que está a cantar samba.

Bom ambiente de trabalho é isto mesmo... é ver-me rodeada de pessoas felizes e motivadas todos os dias.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tiririca

O Tiririca é candidato a deputado federal (representante de um estado).
E o Tiririca sabe percebe alguma coisa de política?
Não!
O que é que ele fazia antes? 
Era comediante!
Como é a campanha dele? 
Uma verdadeira palhaçada!
Então as pessoas não o levam a sério, não é?
As pessoas acham-lhe graça!
Mas não vai ganhar, vai?
As previsões dizem que sim, que ele vai ganhar com uma margem grande.
Sério? Mas se é para deputado federal deve ser de um estado daqueles ainda atrasados, com pouca informação e nivel de analfabetismo elevado.
Chama-lhe o que quiseres, ele vai ganhar no estado de São Paulo.
Como é que pode???
Ninguém sabe ao certo... mas que ele vai ganhar vai!

Aqui fica a campanha completa do Tiririca... parece coisa de novela, mas é pura realidade.


Campanha política

Dentro de duas semanaso Brasil terá eleições. A fama dos politicos brasileiros serem corruptos passa as fronteiras do país e todos pensamos e não haverá corrupção mais em menos em todo o mundo? Provavelmente sim, mas no Brasil é indescritivel. A começar pela campanha politica. A certa altura da sua carreira parece que as estrelas brasileiras todas passam pela fase de quererem ser politicos e na altura das campanhas vê-se de tudo... ex-jogadores de futebol, cantores de pouco sucesso, comediantes, modelos, etc. A campanha politica é das coisas mais engraçadas que eu já vi! Bate em muito qualquer filme do Jim Carry! Desde candidatos agressivos, passando pela mulher pêra que usa as suas belas formas para cativar o publico, pais que fazem campanha pelos filhinhos, e (não) terminando em cantorias de candidatos vestidos como palhaços a campanha no Brasil é de rir e chorar por mais...

Não acreditam? Eu também não acreditava até ver... e pior... alguns destes candidatos ganham mesmo!
Vejam vocês mesmo:


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

À minha irmãzinha...

Ela teria gostado mais de uma canção mais moderna e tal, mas é desta que eu me lembro sempre em dias importantes da minha vida. Por isso aqui vai...


domingo, 19 de setembro de 2010

Tempos de Universidade

O facto de a minha maninha estar prestes a iniciar a sua vida académica trouxe um monte de recordações da minha primeira semana de universidade. E tal como ela, também eu ouvi inumeras pessoas dizerem que aquele iria ser o melhor tempo da minha vida. Primeiro, acho um pouco deprimente ouvir isso. Se a universidade é o melhor tempo da minha vida e dura tão pouco (para a maioria) e termina quando somos tão jovens (again... para a maioria), isso quer dizer que vou passar o resto da vida deprimida a pensar nesses 5 anos? 

Não, não vou! E para mim não foi assim. Foi sem dúvida dos melhores anos que vivi. Grandes experiências, crescimento pessoal, erros e consequências e toda uma reviravolta do meu mundo. Recordo com imensa saudade esses tempos, mas se o génio da lâmpada me aparecesse à frente e eu pudesse voltar atrás no tempo, voltaria? Trocaria a vida de agora por aquela de há 5 anos atrás? Não! 

Voltar a ter que estudar dias a fio sem parar? Contar todos os trocos e ver se posso beber mais uma cerveja ou se afinal não posso porque tenho que comprar fotocópias? Depender dos pais outra vez? Voltar ao tempo em que não sabia bem o que iria ser de mim, se mais uma desempregada, ou se até viria a ser alguém na vida? Não! 
Claro que houve um milhão de coisas boas, mas a questão não é essa! Hoje tenho ainda mais amigos! Continuo a sair frequentemente para ir beber cerveja, mas não tenho aulas de manhã no dia seguinte. Acabaram-se os exames, os relatórios e até as teses! Troquei as infindáveis viagens de autocarro por viagens de avião que me levam mais longe. Troquei tendas por hoteis. Ganho o meu próprio salário que felizmente me permite ter hobbies. Apesar de continuar com incertezas sobre o meu futuro, são muito menores do que as que tinha na altura. 

Tenho saudades dos tempos de universidade? Claro que sim! Tenho imensas saudades! Adoro rever amigos e lembrar esses tempos. Mas a seguir também gosto de apanhar o avião de volta e regressar à minha vidinha. 

Por isso caros caloiros ou novos universitários. Aproveitem cada dia desta nova fase , porque sim, é fantástica, mas quando essa fase acabar, não desesperem. Outras virão e todas elas únicas e que também deixarão saudades.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dança Experimental

Hoje fui experimentar uma aula de dança experimental. Na descrição sobre a aula que li percebi que era uma aula de dança com vários ritmos misturados. Algo sem ser extremamente organizado, mas feito para agradar e divertir o público em geral. Pareceu-me bem... Sempre gostei de dançar e sempre gostei de experimentar coisas novas por isso fui.


Acho que vou já saltar para a conclusão final para que os meus leitores não façam como eu e percam o seu tempo demasiado excitados com a ideia... que perda de tempo! Tendo já procurado aulas de dança aqui perto, esta foi a única coisa que encontrei (sem ser danças de salão). A "professora" era uma aluna de licenciatura em educação física ou dança, não cheguei a perceber. Ela dançava bem, muito bem mesmo, mas ensinar... 

Vamos lá ver se torno isto simples... basicamente a aula foi composta por :
  - Aquecimento - a parte que gostei mais porque andamos para lá aos saltinhos
  - Alongamentos - demasiado pesados para pessoas que não façam dança todos os dias... tipo eu! Ainda mal mexo as costas e nem sinto as pernas... não, não sou eu que estou perra, vou ao ginásio quase todos os dias!
   - A aula propriamente dita que teve 2 exercicios. O primeiro foi... as articulações devem mexer-se umas a seguir às outras... agora vou por musica e dancem usando as articulações e desenhando figuras geometricas no chão.
Ah?... Sara faz um esforço... vá dança! (eu para mim mesma). Depois de ter feito 2 quadrados parei... a professora avisa-me para não parar, porque o exercicio dura 5 minutos. Vá Sara, agora faz um losango! E agora um... nanotubo! Vou fazer um nanotubo! Agora um grafeno... 
Olhava em volta e só via gajas a esparramarem-se no chão, a contorcerem-se todas e eu a pensar e que raio de figura geométrica é essa? Serei eu demasiado técnica para isto?

O segundo exercicio foi o drama, o horror... gelei de medo quando ouvi... façam pares! Pensa Sara, pensa, arranja uma desculpa e sai daqui, já! Mas não consegui... O exercicio consistia em criar uma coreografia com o nosso par baseada no teatro do oprimido durante 5 minutos e depois apresentar à classe. Nem vou descrever mais...

No final das apresentações (que foi só 2) acabou a aula... Mas afinal... a "professora" ensinou o quê? Aprendi o quê nesta aula? Aprendi a apanhar o autocarro grátis que anda dentro do campus porque o edifício da educação física é longe para cacete... e assim já não foi em vão a minha ida.

No final ouvi uma outra rapariga que também só tinha ido experimentar dizer que tinha adorado a aula. Sério? Como? A seguir ouvi-a dizer que esperava uma aula teórica e gostou muito porque era prática. Ah ok, tudo explicado, ela veio de outro planeta.

Compreendo que a aula até deva ser interessante para quem gosta do tipo. Até admito que deve ser uma aula muito à frente, demasiado à frente para a minha mente demasiado analista e técnica, mas honestamente... se eu quisesse dançar sozinha, inventar passos sozinha, e mexer as articulações sozinha... fazia-o em casa... e ainda punha a musica que eu quisesse!

É que no final de um dia inteiro a pensar porque é que aqueles picos aparecem ali, qual a equação que se adequa melhor à minha amostra, porque raio é que o sinal continua tão mau depois de ter alinhado tudo, o que eu preciso não é de pensar e criar coreografias, preciso é de uma aula de dança do tipo monkey see monkey do... Quero mexer-me cansar-me, copiar passos, imitar coreografias... mas sem pensar muito...

domingo, 12 de setembro de 2010

Cansei do ônibus

Cansei-me de me perder andar de autocarro.

Eu- Este autocarro passa no ViaBrasil (supermercado)?
Cobrador- Passa. Passa em frente.
Eu- Ok... e entrei.

30min depois o cobrador pergunta-me:

C.- Mas não queria parar no ViaBrasil?
Eu- Ainda quero!
C.- Já passámos ao tempo. Pensei que a menina sabia onde era.
Eu- E sei, mas nós não passámos em frente!
C.- Passámos sim!
Eu- Em frente não passámos!
C.- Ah, passámos em frente ao viaduto que fica ao lado da entrada (a uns 300m!).
Eu- Isso não é em frente ou é?
C.- É em frente ao lado!
Eu- E agora?
C.- Agora pode vir até ao final da linha e voltar neste mesmo ônibus sem pagar.

E lá fui eu... para lá de onde o diabo perdeu as botas. Lá esperei dentro do autocarro 25min até este sair de volta à civilização. Duas horas depois estava no local onde se tivesse apanhado o autocarro certo teria demorado 10 minutos a chegar...

Amanhã...

... vou a volta à Lagoa da Pampulha numa igual a esta que é MINHA!

sábado, 11 de setembro de 2010

São Paulo

São Paulo é uma cidade de pedra e contrastes. Foi já a segunda vez que lá fui e não me impressionou menos. Edifícios altíssimos, muito trânsito e muita gente são uma constante. No entanto, é também uma cidade com tanto para ver e viver.

Não são obras, são barracas onde moram pessoas, bem ao lado de prédios quase luxuosos

Dia 1:
Samba samba samba! Adoro o samba mineiro, mas o samba paulista também mexe muito comigo. O primeiro é um pouco mais lento deixando ouvir mais o som da guitarra, enquanto que no segundo dominam os pandeiros e toda a percursão (é o samba do carnaval que nós conhecemos). Tenho vários primos da minha faixa etária em São Paulo, e mal cheguei fomos todos a uma casa de samba danças e beber cerveja a tarde toda. A tarde começa com boa conversa e todos sentados à mesa. Quando a banda ao vivo começa a tocar o pessoal levanta-se e começa a dançar. No final, as mesas já estão todas dobradas e encostadas à parede e já anda tudo aos beijos em todo o lado. Uma experiência que vale a pena. A banda chama também os aniversariantes ao palco para cantar os parabéns e soprar uma vela. Os meus primos acharam por bem eu ir também, mesmo não fazendo anos. Disseram que foi para compensar eu não ter subido ao palco há quase 3 anos atrás quando passei o meu aniversário numa outra casa de samba também em São Paulo.

Dia 2:
Museu da Lingua Portuguesa: incluida uma exposição de Fernando Pessoa. Muito interactivo e nada chato. Estava muito engraçado mesmo. Demos ainda um passeio curto pelo centro, na parte mais antiga. Vêem-se pessoas de todos os estilos e profissões. 


A seguir levaram-me a uma festa de aniversário de uma miuda de 10 anos que nunca me tinha visto à frente. Levaram-me só porque sou prima da prima da prima e logo sou prima deles de 10º grau. As festas dos miudos são muito à frente! Uma salão grande dividido em duas partes: mesas e discoteca com mesa de jogos e brinquedos. Miudos de um lado, graudos do outro. Os empregados de mesa andam de um lado para o outro a servir snacks e bebidas em bandejas. Distribuem-se mascaras com brilhantes, antenas e outros enfeites a todos e a certa altura a musica torna-se mais antiga e vão os papás todos enlouquecer para o meio da pista. Como eu não era nem muito grande nem muito criança aproveitei bem as duas partes. O pormenor engraçado é que só conheci a aniversariante quando já me estava a despedir de todos.


Dia 3:
Viagem para Socorro, uma cidade a 2h de São Paulo onde a minha prima tem um sitio (casa de campo). Absolutamente fantástico! Isto sim é qualidade de vida! E não, não são podres de ricos. No Brasil, ganhando razoavelmente consegue-se bem ter uma casa destas para fins de semana. 



Dia 4:
A familia pediu, eu fiz: bacalhau! Fiz com natas e à bras, para os que não gostavam de natas. Vi a minha familia Paulista toda reunida à mesa e quase me senti em casa. É muito bom saber que mesmo a quilometros de casa, tenho uma "outra" familia tão animada e prestável, e só a 1h de BH. 



Quero voltar!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Vida de Posdoc

Querem saber porque é que não tenho escrito muito na última semana?
Não tenho escrito porque saio de casa antes das 8h da manhã, regresso à meia noite e não páro um segundo o dia todo. 

Querem saber se tenho chegado tarde por fico a trabalhar? Não, tenho chegado tarde porque tenho ido beber cerveja depois do trabalho. Entre a despedida de uns, a chegada de outros e uns aniversários pelo meio foi assim a semana toda.

Na terça é feriado e amanhã vou até São Paulo. Depois conto...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Till, a saga de um heroi torto

A cultura no Brasil é muito forte e a paixão deste povo pelas artes muito acentuada. Uma das maiores vantagens disso é a riqueza desta cidade em peças de teatro, musicais e concertos. Há dois dias atrás, um dos maiores grupos de teatro brasileiro, o Grupo Galvão original desta cidade, decidiu fazer uma actuação aqui mesmo nos jardins da universidade. A peça era fenomenal de um humor brilhante que me fez rir do ínicio ao fim. Tinha até o personagem de sotaque português que era burro e lento (como já esperava...).



Adorei ainda mais a iniciativa de poder sair do trabalho e poder sentar-me na relva a ver uma peça de teatro de qualidade sem me ser cobrada uma entrada. E mais contente fiquei ainda quando me disseram que isto acontece várias vezes no ano. Estou pronta para mais...