Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
My blog, just like my brain, is a blend of languages. Welcome!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Brasileiros...

Conversa no laboratório, sexta à noite:

Eu: Vou ter um casamento em Julho e acho que vou comprar um presente meio brasileiro, para ser diferente de tudo o resto.
Blá blá blá como listas são melhores, e o meu tio dá sempre de presente uma escada, porque diz que faz sempre falta e nunca ninguém oferece isso e blá blá bla...

Uns momentos depois...

C.: Ah, eu também tenho um casamento. Estava aqui agora mesmo a ver a lista dos noivos a ver se encontro alguma coisa que eu queira oferecer. Vou daqui a pouco ao carrefour comprar.

Eu: Ah também? E é quando?

C.: O casamento? É amanhã.

Eu: Claro... para ires comprar o presente hoje... só podia ser amanhã... e de manhã, porque se fosse à tarde ias comprar o presente amanhã de manhã...

Hilda Furacão por uma tarde!

Depois de tanta culinária, no sábado, foi dia para uma experiência bem diferente. Uma experiência que faz todo o sentido ter sido no Brasil e que ainda vou pensar se vou ou não pôr detalhes aqui...

Provavelmente vou... mas desta vez sem fotos...

Culinária Mineira

Adoro a comida Mineira! É saborosa, variada e geralmente pesada, mas dá para dar a volta e torna-la mais leve. Tinha muita vontade de aprender a fazer coisas simples como comprar uma raiz de mandioca e saber descasca-la, ou aprender a usar quiabos decentemente sem ter toda aquela baba amarga na comida, ou ainda de saber usar as diferentes farinhas tão populares por aqui (de trigo, milho, fubá, mandioca, da bahia, etc). A melhor maneira que descobri para aprender tudo isso foi inscrever-me num curso rápido de Culinária Mineira. Durou 5 manhãs seguidas, que terminaram na sexta feira passada. Fizemos 4/5 pratos por dia, doces ou salagados, que degustavamos no final. 

O Chef A., era o máximo. Ensinou-nos truques básicos na cozinha, os diferentes cortes de legumes, onde pôr os dedos para cortarmos os ingredientes e não a nossa carne, os nomes técnicos das coisas (geralmente palavras francesas), e muitas outras coisas. 

A turma, com 12 pessoas, não podia ter sido mais misturada: desde cozinheiras de restaurantes, a reformadas, passando por padeiros, estudantes que acabaram de sair de casa dos pais sem sequer saber fazer arroz, a ex-camionistas à procura de uma mudança de carreira. Não podíamos cozinhar todos ao mesmo tempo, pelo que só 3 voluntários o faziam. Tive sorte de muitos não quererem e pude faze-lo duas vezes. Decobri que é um trabalho muito duro. O calor do fogão industrial é imenso, a preparação antes de começar a cozinhar é dura e chata e deve piorar muito quando se está num restaurante a sério e se tem o chef a gritar o tempo todo. Imaginei-me muitas vezes no show de TV: Hell's Kitchen.

A degustação era sempre muito boa, e era incrível como em 4h e com um bando de amadores se consegue fazer pratos tão bons que dá vontade de comer sem parar. 

Fiquei com vontade de fazer outros cursos de culinária e sobretudo com vontade praticar muito. Querem ser minhas cobaias? Quando for a Portugal quero mostrar o melhor de Minas Gerais... o pão de queijo acabadinho de sair do forno!

Vou deixar algumas fotos!

 Costelinha com Canjiquinha, Bambá de Couve e Arroz com Ona-pro-nobis

Arroz Doce (diferente do nosso), Lombo à Mineira e Salpicão de Carne de Sol

 Eu e o Chef A. Consegue-se ainda ver o Tutu de Feijão e Polenta frita

Os grandes cozinheiros!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Os animais são nossos amigos

No Brasil são demasiado nossos amigos...

Finalmente descobrimos de onde vinha aquele cheiro insuportável, que ninguém conseguia aguentar, que estava no laboratório desde quinta-feira passada... era um gambá morto no forro (sotãozinho mesmo por cima do laboratório).



Também descobri onde é que a 2 ou 3 formigas que eu via de vez em quando a passar na parede do quarto iam... iam para o ninho gigante que estavam a fazer debaixo da minha roupa!

Carnaval

Em relação ao Carnaval existem dois tipos de brasileiros: os que adoram e os que odeiam.
Os que adoram passam o Carnaval no Rio, em Salvador da Bahia, em Olinda, ou outros lugares com grandes festas. Os que odeiam refugiam-se numa praia, num hotel-fazenda (pousada no meio da natureza), ou mesmo em Belo Horizonte.

No grupo de pessoas que me rodeiam são muito poucos os que gostam de Carnaval e descrevem-no como época de muita confusão, sem-vergonhice e falta de bom senso. Assim sendo, não encontrei companhia para ir comigo curtir o meu primeiro carnaval no Brasil e passei-o a trabalhar (em compensação já tenho companhia para ir para o Rio no ano que vem).

O carnaval é um período de festa, no qual não se trabalha de sábado a quarta-feira à tarde, e tradicionalmente pode ser celebrado de várias maneiras. Há os conhecidos desfiles das escolas de samba do Rio, que competem entre si em termos de roupas, canção, e rainha da bateria (a menina geralmente quase nua, que vai à frente da escola toda e samba sem parar). Há os blocos de carnaval, que podem ser apelidados como o desfile de carnaval dos pobres (palavras de um colega brasileiro). Nos blocos cada grupo (ou bloco) faz uma t-shirt que distribui pelos seus elementos e um estandarte que vai à frente. Atrás vão os elementos desse bloco a beber cerveja e a dançar (qualquer um pode ser um elemento, é so conhecer lá alguém). Vi blocos de carnaval em Maceió, porque lá fazem uma semana antes. Os blocos de carnaval mais conhecidos são os de Salvador da Bahia (também conhecidos por Trio Eléctrico). Os blocos são carros com bandas conhecidas (por exemplo a banda Eva), que vão cantando e desfilando pela rua e dos quais o povo se vai juntando atrás a dançar. No final juntam-se todos os blocos na praça central que fica cheia de gente até de manhã. Ouvi ainda dizer que cada bloco desses pode chegar a ter 5000 pessoas. Em Olinda, uma cidadezinha histórica, há o desfile de cabeçudos, os bonecos gigantes que são geralmente a caricatura de alguém famoso. Há ainda outras cidades com carnavais famosos, mas a lista é grande demais...

Belo Horizonte fica vazio nessa época, pelo que dá gosto andar na rua, ir ao cinema, etc. O pior é que a chuva também faz parte da tradição e este ano não foi excepção... choveu os 4 dias de carnaval...

Deixo algumas fotos do Carnaval de Maceió:




terça-feira, 8 de março de 2011

Ano Internacional da Química

A química está presente na nossa vida todos os dias em situações que a maioria das pessoas desconhece. 

Porque é que a fruta amadurece? Porque temos que trocar a água da piscina? Qual é a química por detrás daquele copo de vinho que bebemos ao jantar?
Para saber todas estas respostas entre outras coisas foi criado um blog, http://quimicaparatodosuevora.blogspot.com/, pelo departamento de Química da Universidade de Évora. O blog é divertido, escrito numa linguagem simples e cheio de curiosidades químicas. Aconselho a todos os leitores não químicos e químicos também!


segunda-feira, 7 de março de 2011

Geek

O meu primeiro carnaval no Brasil e passei o dia todo sozinha fechada no laboratório a trabalhar.

Ninguém me mandou viajar uma semana antes do Carnaval...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Tudo tem um preço

No post anterior mostrei a minha preocupação em como os alimentos na praia (não) são mantidos frescos. Segundo os próprios brasileiros, o risco de se ficar doente numas férias à beira mar é muito alto. Das 4 vezes que viajei pelo Brasil, fiquei 4 vezes doente, sendo 3 delas do estômago. Não é brincadeira...

Agora já aprendi alguns truques. Beber água sem ser engarrafada está fora de questão. Os sumos naturais de frutas exóticas são muito tentadores, mas são feitos de água da torneira que não se sabe bem o quão filtrada é que é... Frutos do mar ou afins na praia é dor de barriga certa (dor de barriga de ficar em casa sem comer durante pelo menos 2 dias!). O camarão parece ser o mais perigoso... nunca o comi na praia, mas as duas vezes que o comi em restaurantes passei mal. Peixe branco parece mais ou menos seguro, pelo menos para mim. Na verdade estes efeitos e causas mudam de pessoa para pessoa, mas o que descrevi acima já aconteceu com toda a gente com quem eu comento este assunto.

Muitos pessoas ficam também doentes por desidratação. No sol super quente do nordeste, perdemos muitos mais liquidos que o que imaginamos e água é mesmo fundamental, mesmo que passemos o dia deitados na areia (not for me!).

Este acabou por ser um post meio médico, mas a grande conclusão é que ainda está para vir a viagem em que vou e volto sem ficar 2 dias de cama...

Vendedores de praia

Nas praias portuguesas vendem-se bolas de berlim, gelados e pouco mais. Nas praias brasileiras a variedade é muito maior. No nordeste brasileiro não existe classe média. Há pessoas muito ricas e pessoas muito pobres (a maioria). Para muitas, o que vendem na praia é o único ganha-pão e o verão é uma época muito importante. Para quem está de férias os vendedores são uma praga. De cinco em cinco minutos (às vezes bem menos) vem um vendedor perguntar se queremos comprar alguma coisa. Tentei a estratégia do enfiar o nariz no livro e fingir que não ouço ninguém, mas não resultou... eles só vão embora quando dizemos mesmo não, mesmo que seja um vendedor que já nos abordou várias vezes. Eu entendo que eles precisem mesmo muito, mas não há sossego...

A barraca das frutas, cocktails, sumos e água de coco

Sai um cocktail de abacaxi (dentro do abacaxi, claro!)

As crianças vendiam mangas, a 5 reais (2 euros e pouco) a bandeja

A Olá cá do sítio... também havia Nestlé, Fika Frio, etc...

Camarão (vi aquela mesma bandeja andar debaixo do sol o dia inteiro...)

Queijo grelhado! Chama-se um dos meninos que anda com uma panela cheia de brasas e ele grelha o queijo ali na hora, no areal.

Queijo grelhado é optimo (e se for com abacaxi por cima melhor ainda) mas na praia também o vi andar dentro de caixas de plástico ao calor o dia todo...

 Vestidos de Praia

Redes... este vendedor deve ser dos que mais sofre...

Ainda faltam as lagostas, as ostras, os chapéus, as bugigangas e as tatuagens de rena (ou tatuagens temporárias). Há ainda os carrinhos com musica aos gritos que vendem CD's pirata. São vários e andam pela praia para cima e para baixo. Só piora quando se juntam dois perto um do outro a tocar musicas diferentes...

Todas as fotos foram tiradas na Praia do Francês, que por ser a mais próxima do centro de Maceió é a que fica mais cheia e logo tem mais vendedoras. Felizmente nas outras havia muito mais paz e tranquilidade.