Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
My blog, just like my brain, is a blend of languages. Welcome!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Pérolas à Brás(iu) #6 - A imprensa

Sempre achei a imprensa brasileira muito mais sensacionalista que a portuguesa. Claro que há de tudo um pouco, mas no geral as notícias são mais bombásticas. Há jornais que todos os dias colocam fotos sangrentas na primeira página, e há jornais que colocam sempre uma foto de uma mulher nua. O que importa é vender e se são mamas que dão lucro, são mamas que se vêm na capa do jornal.

Não tenho costume de comprar jornais ou revistas aqui. As únicas excepções são uma revista de gastronomia de um certo supermercado, porque cada mês se foca na gastronomia de um país diferente, que é exactamente o que eu gosto, e uma revista de corrida que assinei, para poder ter desconto na maioria das corridas. Ao ler os textos destas revistas sempre achei que havia muito pouco trabalho por detrás das reportagens, principalmente na de corrida. Se eu leio um título que diz por exemplo "leia aqui 10 dicas para melhorar a sua performance", eu não espero que sejam coisas obvias e para mim dadas, como treine muito e beba água. 

Não sei porquê, mas ao ler textos como este sempre imagino um homem com os pés na secretária, que lentamente vai vendo websites na internet, vai partilhando coisas no facebook, e chega à sexta feira à tarde, 2h antes do deadline e escreve o que lhe vem à cabeça e já está.

Ontem encontrei um exemplo de um texto assim, num número dessa revista de corrida. Um texto que até tinha tudo para ser um sucesso, mas cujas falhas o tornaram num texto, na minha opinião, inútil. Deixo em baixo apenas três exemplos.

Controle o apetite para não perder o treino 
Bom titulo, que chamou a minha atenção, que às vezes fico com uma fome de leão a seguir ao treino. 

É preciso tomar cuidado para que a ingestão calórica não seja maior que o gasto com a corrida — todo o esforço pode ser jogado fora em uma única refeição. A conta é simples: o gasto do metabolismo basal (quantidade de calorias que o organismo gasta para manter suas funções em repouso) mais o gasto com qualquer atividade física (correr, andar, subir escadas, coçar a cabeça etc.)...

Atenção que isto também é para atletas do coçamento de cabeça, essa actividade física de alto gasto energético!


A seguir segue a descrição do que se comer e quando.

Antes da corrida, ingestão adequada de carboidratos complexos (...) são eles: arroz, aveia, feijão, massas, batata, milho e pão. Ok, essa eu até sabia.

No pós-treino, a refeição deve ser primeiro proteica (queijo, atum ou peito de peru, por exemplo). Ok, esta também já sabia.

ou suplemento como whey protein (???), e carboidratos de rápida assimilação pelo organismo, assegurando a manutenção e o aumento de massa muscular. Ok, esta é nova. Quais são os carboidratos de rápida assimilação? Porque é que este, menos comum, não tem exemplos de alimentos? Fiquei na mesma... se queres saber mais, vai perguntar à net (coisa que o autor não se deu ao trabalho).

Depois de 30 minutos, é recomendável fazer uma refeição sólida com proteínas, carboidratos e Ž bras. Ok, estou haver que houve ali uma falha e o texto tem uma gralha. Mas o que será que falta ali? Z e depois bras... só pode ser Zebras! Descodifiquei o código! É recomendável fazer uma refeição com proteínas, carboidratos e zebras!


E como este há milhentos outros textos, cheios de gralhas, de falhas e com falta de informação. Estou a falar de imprensa, seja ela online ou em papel. São pessoas que são pagas para escrever reportagens e que por isso deixam tudo muito aquém das expectativas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Waiheke, o meu paraíso

Para mim o paraíso existe, e é aquele lugar que tão longe de casa nos faz sentir bem e sem sabermos porquê nos faz felizes desde o primeiro momento. Assim, o paraíso varia consoante a pessoa. Se para algumas pessoas o paraíso é uma praia de areia branca e mar azul, para outras é uma montanha verde com o cume coberto de neve. Até há bem pouco tempo eu não sabia onde era o meu paraíso, nem sequer sabia que tipo de sítio seria. 

Pois foi no meu último dia na Nova Zelândia que descobri... o meu paraíso fica na ilha de Waiheke.


Ao largo da costa bem perto de Auckland fica a ilha de Waiheke. A ilha é cheia de campos verdes, praias e vinhas, aquilo por que é mais conhecida. O ambiente na ilha é fantastico! Todas as pessoas que conheci carregavam no olhar o seu amor por aquelas terras e o quanto adoram viver e trabalhar ali. Em cada canto há uma quinta. A maioria produz vinho, mas há também produtores de azeite, cerveja e outros produtos.

Quando eu visitei Waiheke o dia estava ensolarado, com um céu azul lindo que fazia o contraste perfeito com o verde da ilha (isso deve ter ajudado bastante ao meu encantamento). Visitamos 3 vinhas e um produtor de azeite, e provamos os seus produtos. Acho que não tenho dúvida de que este foi o melhor dia da temporada que passei em Down under

Vou agora passar às fotos, porque as palavras jamais serão suficientes.

 Ainda no ferry, uma primeira visão de Waiheke

 A caminho da primeira vinha

 Vinha de Stonyridge



Acompanhados por esta vista, começamos a visita com um almoço leve, com produtos exclusivos da quinta, incluindo os seus vinhos.

 Rangihoua Estate, o produtor de azeite foi a paragem seguinte


Além de ver como o azeite é produzido, ainda provamos diferentes azeites e produtos dele derivado. O meu preferido foi um azeite de ervas, perfeito para se molhar uma boa fatia de pão ou para regar uma torrada.
 The Goldie Room


The Goldie Room é mais uma produtora de vinho. A prova também incluiu uma cerveja de gengibre e um passeio de copo na mão até à árvore mais famosa da ilha, onde se realizam muitos casamentos.

 A sensação que me deu foi que mesmo quem não quer casar, olha para um lugar destes e muda de ideias...




 A ultima paragem foi na vinha de Mudbrick



 Segundo os guias, Mudbrick tem a melhor vista sobre a ilha e sobre Auckland. Se é a melhor não sei, porque ainda ficaram várias quintas por visitar, mas que a vista é impressionante não tenho duvidas.



Muita histórias e copos de vinho depois, terminamos o dia na praia, com uma cerveja e o pôr do sol. 



 Uma conchinha...



A nossa estadia do outro lado do mundo estava a acabar, mas que estadia, que experiência e que vontade de não voltar...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Circuito do Fogo - Não, obrigada!

Ontem foi dia de mais uma prova, a última do ano no Brasil, o circuito do fogo, organizada pelo corpo de bombeiros. Infelizmente, foi a corrida mais mal organizada em que já participei. As falhas foram tantas, que nem sei por onde começar. 

O site da corrida era o mais simples que havia e não continha informação nenhuma. O percurso nunca foi publicado e até as informações sobre o local e a hora da partida estavam perdidas num enorme ficheiro pdf com o regulamento. Decidiram separar a partida entre 5km e 10km, o que também ninguém sabia. Os atletas de 5km partiram com 20 minutos de atraso!!! Os atletas de 10km saíram menos de 10 minutos depois (ou seja com quase 30 min. de atraso do que constava no dito regulamento). Como se não bastasse todo o atraso e a ansiedade acumulada, que a mim me afecta muito, porque fico nervosa e com as pernas a tremer (logo as pernas que é o que eu preciso mais), sair tão pouco tempo depois dos 5km significou ter que contornar mares de familias que apenas vão fazer caminhada. Tive que furar entre familias inteiras de mãos dadas, a ocupar metade da estrada, senhoras gaiteiras com os seus caezinhos pela trela, pais com carrinhos de bebé, etc.

Tudo isso passou 3km depois da partida e eu até já tinha esquecido todos esses defeitos. Estava sol, mas eu começava a aproveitar a corrida. Não sabia bem até que ponto do lago eu tinha que ir, e não sabia bem se ia haver surpresas como rampas inclinadas ou não, e isso mantinha a minha mente ocupada. 

Quando cheguei à parte crítica da corrida, que é sempre entre o km 7 e 9, estava tanto calor que eu só queria chegar ao posto de água, beber e molhar-me e ganhar força para o último quilometro. Tentando não abrandar, cheguei ao posto, para o encontrar... vazio! Como, mas como, é que pode faltar água numa corrida ao sol com quase 30ºC??? Quase desesperei, mas chapinhei alguma água pelo corpo e aguentei-me firme até ao fim. Cheguei à meta e nem falava, só arfava. Foi a prova em que me esforcei mais, não tenho duvida. Mesmo assim não superei o meu melhor tempo, feito na semana passada (tempo feito à chuva, o que ajuda muito!). Feliz por ter terminado, só queria beber água! Mas ainda não podia... antes disso era preciso entrar na fila e esperar uns bons 10 minutos para chegar a minha vez de receber a medalha e água! 

Quando chegou a hora da entrega dos prémios cometeram vários erros. O mais grave foi terem entregue os trofeus femininos a pessoas erradas... Chamaram 5 pessoas, das quais uma não estava e entregaram os prémios. As meninas desceram do pódio e 2 minutos depois pediram-lhe para devolver os trofeus e chamaram 5 nomes dos quais 2 eram diferentes dos anteriores. Imaginem a alegria da moça que recebeu o prémio, e a tristeza depois quando lho tiraram...

 Pódio n.º 1 de 10km

Pódio n.º 2 de 10km, o verdadeiro 

A única parte boa foi haver premiação por faixa etária, na qual fiquei em 2º lugar. Ganhei uma medalha extra, mas até nos resultados publicados falharam... publicaram o tempo bruto em vez do tempo liquido. Ou seja, uma pessoa que tenha saído mais atrás, e tenha começado a prova 1 minuto depois da partida, vê o seu tempo adicionado em 1 minuto...

2º lugar, com 50:03 (2/14 em categoria e 13/88 no geral)

Algumas pessoas quiseram desculpar a organização dizendo que era a primeira vez que faziam aquela corrida, mas não acho que isso seja válido. Belo Horizonte tem corridas todas as semanas, que podem servir como bons exemplos. Além disso, se nunca organizaram um evento destes antes, contratem alguém que saiba para ajudar. A verdade é que hoje acordei adoentada e desidratada. Se foi por isso ou não, não sei. Talvez tenha puxado por mim demasiado. Talvez tenha sido a falta daquelas gotas de água no ultimo posto, afinal fiquei mais de 4km sob o sol quente e sem beber água nenhuma! O que sei é que apesar de no final ter tido a alegria de subir ao pódio e de ganhar uma medalha extra, neste circuito não me apanham outra vez.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Sara Jump - Auckland


Como viver na Nova Zelândia


Ao procurar um sitio para ficar em Auckland descobrimos que havia vários hoteis que em vez de alugar quartos alugavam apartamentos pelo mesmo preço. O apartamento que escolhemos era simplesmente maravilhoso! Um quarto com uma cama enorme, sala com sofás confortaveis, tv gigante, cozinha equipada. Assi, escolhemos cozinhar ao jantar em vez de sair para comer. Na Nova Zelândia encontram-se produtos de todo o mundo e ir ao supermercado era uma das minhas partes preferidas. Numa das noite divertimo-nos a comer tacos, noutra comemos asas de frango  assadas, temperadas com chilli ou manteiga de amendoim, e sempre mas sempre acompanhados de bom vinho!




A compra do vinho resultou numa história bem engraçada. No supermercado, perguntaram-nos a nossa idade, porque só se pode comprar vinho aos 18 anos. 

Eu: Obrigada pelo elogio mas eu já tenho 28.
Empregada: Posso ver a sua identidade?
Eu mostro a identidade brasileira.
Emp.: Eu não posso aceitar essa identidade, porque não é da Nova Zelândia. Tem passaporte?
Eu: Aqui não, eu não ando com o passaporte na rua, como deve imaginar...
Emp.: Então não podem comprar o vinho.
Eu: Mas você acha mesmo que eu tenho menos de 18 anos?
Emp.: Não, mas tem cara de que poderia ter menos de 25 e eu tenho que ver a identidade de todos os que parecerem ter menos de 25.
Eu: Mas o limite de compra é 18 e dá para ver bem que eu não tenho 18!
Emp.: Mas podia ter 25!
Eu: Mas se eu tivesse 25 podia comprar o vinho!

Nada convenceu a senhora... Leis são leis e pronto.
Valeu-nos haver inúmeras lojas que vendem alcool no caminho de casa, que como são negocios mais pequenos contentam-se com as identidades estrangeiras, até porque são esses os seus maiores clientes. 

 Tacos!

Ainda assim e resumindo bem a situação... eu, aos 28 anos não pude comprar uma garrafa de vinho de um supermercado da Nova Zelândia!

Auckland - Nova Zelândia


Já no final da nossa viagem passamos uns dias na Capital da Nova Zelândia, Auckland. A cidade é relativamente nova e tem uma grande mistura de culturas, sendo a cultura asiática uma das mais comuns. Sem ter grandes monumentos, Auckland consegue ser uma cidade cativante, agitada e agradável. O seu povo é simpático e prestável, há restaurantes de todo o mundo com comida deliciosa e podem-se fazer coisas menos comuns como caminhar no cimo de uma torre de 328m, a Sky Tower, por cima de um chão de grades e sem corrimão (mas com uma corda de segurança, claro).

Sky Tower. Qualquer um pode caminhar por aquela grade que forma o circulo exterior do topo. Parece de doidos, e é, porque eu não pagava 200 dólares para ir dar uma voltinha a uma torre.

 Um dos intercidades do país. Bastante original!

Nós escolhemos passear pela cidade e visitar o Monte Eden, onde se vê uma cratera de origem vulcânica, e onde o verde sobressai, tal e qual como eu imaginava que sobressaía na Nova Zelândia. Além disso, este monte oferece uma vista de 360º sobre a cidade.

 A passear pelo Monte Éden

 Sempre muito verde e agradável

 Com o porto de Auckland ao fundo

 A cratera coberta de relva


 Um dos campos de rugby no parque em Auckland domain. 

 Museu e Memorial da Guerra de Auckland, que com alguma pena não pudemos visitar.

 O J. sentado numa árvore linda e gigantesca

O parque tinha vários pequenos trilhos para passeios, como por exemplo o passeio dos amantes, ou o passeio centenário.

 Pelo passeio centenário...


 Que horas são?


Porto de Auckland. O edifício estranho é o posto de desembarque dos ferries para as diversas ilhas.

Uma das ilhas, de origem vulcânica



sábado, 1 de dezembro de 2012

Circuito Adidas 4 Estações: Completo!

No último Domingo fiz a última corrida do Circuito das Estações, no Brasil. Como há corridas em várias cidades, e como aqui em BH as corridas são sempre no mesmo sítio, decidimos variar e fazer algumas etapas fora daqui. O circuito começou com a etapa Outono, que fizemos aqui em Belo Horizonte, depois fizemos a etapa de Inverno no Rio de Janeiro (Inverno é como quem diz, que estava um calor!!!), a etapa de Primavera em Brasilia, e terminamos com a etapa de Verão outra vez aqui. 

A etapa de Verão foi a que teve a temperatura mais baixa, pois começou a chover ao quilometro 2, o que deu uma grande ajuda. O meu objectivo era fazer os 10km abaixo de 50 minutos e consegui! Por 2 segundos (49:58), mas consegui! Na verdade, no início do ano o meu objectivo era baixar para 47 ou 48, mas com tanta viagem muitos treinos ficaram pelo caminho...

Ainda assim estou muito contente com o resultado. Fiquei em 13º da geral, de entre cerca de 300 mulheres e fiquei em 2º na minha faixa etária, de entre 30 ou 40!


As medalhas são todas semelhantes mas com cores diferentes e encaixam umas nas outras. Comprámos o suporte e ficaram assim, fofinhas, todas arrumadinhas.