Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
My blog, just like my brain, is a blend of languages. Welcome!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Santiago do Chile


A nossa viagem começou na capital do Chile, Santiago, onde passámos 2 dias. Santiago surpreendeu, porque apesar de ser uma cidade bem grande, com quase 5.5 milhões de habitantes e quase sem arranha-céus por causa dos tremores de terra frequentes, é também uma cidade muito organizada, limpa, segura e bonita. No centro da cidade encontram-se vários edifícios de estilo europeu, construídos por emigrantes franceses, italianos e espanhóis. Apesar de os edifícios serem antigos, alguns com mais de 2 séculos, todos estão restaurados, com fachadas muito bonitas. Reforço isto, porque infelizmente no Brasil muitos pensam que velho é velho e é para deitar abaixo.



Plaza de la Constitucion, onde fica o Palácio do Governo, la Moneda (acima à direita) e o Centro Cultural la Moneda (em baixo)




Catedral de Santiago, na Plaza de Armas


A catedral por dentro é linda, com uma acustica fantástica e altares cobertos de prata.

 Um dos altares coberto de prata

 Um dos vitrais

Infelizmente, não tenho fotos de muitos dos edifícios antigos, porque os vi durante um city tour, dentro de um carro e acabei por não ter tempo de voltar a todos os sítios.

Arte nas ruas... nós trouxemos o verde ali na primeira fila

Além do futebol, os chilenos têm paixão por um outro desporto - o hipismo - que se tornou popular por ser um desporto para todas as classes sociais. A classe baixa vê as corridas pela TV e faz apostas mais caseiras, a classe média vê as corridas ao vivo e aposta no centro hípico e a classe alta compra e treina os cavalos. 

 Santiago têm um hipódromo enorme!

 Conhecemos um dos joquéis e um dos cavalos, que nos deixou fazer festas e posou para a foto connosco.

Além de tudo isto a cidade tem bastante espaços verdes, com muitos bancos de jardim onde se vêem muitas pessoas a descansar ao fim do dia, a ler, a namorar e a aproveitar a vida. Mesmo à noite os parques são seguros e pode-se passear à vontade nas ruas depois de escurecer, o que já não fazíamos há bastante tempo.

Um dos maiores parques é na verdade um monte, com um santuário lindissimo no alto, com vista sobre Santiago - o cerro San Cristobal.


Infelizmente a cidade tem muita poluição e na época seca tem sempre esta nuvem a pairar no ar. Esta vista no Inverno, com as montanhas nevadas ao fundo deve ser de cortar a respiração...

 Imagem da Virgem Maria, com cerca de 22m de altura



Trilha para subir ou descer o cerro

A subida ao alto do cerro pode ser feita a pé, de furnicular, ou metade a pé e metade de furnicular, sendo que a parte a pé é feita visitando o jardim zoológico. A nossa primeira subida foi feita de carro, no city tour, e a segunda feita pelo zoo. A descida foi feita a pé, num caminho em z com vista sobre diferentes lados da cidade.


Parque Santa Lucia, no centro da cidade. É cheio de escadinhas, mini castelos e recantos escondidos e muito bonito. No mapa parece pequeno, mas como também fica num pequeno monte é maior do que parece.

 Um edifício que parece um castelo

 Estatuetas de madeira duas vezes maiores que eu

 Vista do topo do parque sobre uma parte mais baixa do parque e a cidade



Contrastes... Olhando ao redor em direcção à cidade vêem-se os edifícios mais modernos do distrito financeiro. Olhando para dentro do parque vêm-se jardins, fontes e muito verde.


Fonte Bicentenário, construida para comemorar os 200 anos de liberdade do Chile, em 2010.

A fonte fica no Parque de las Americas que se estende por vários quilómetros, ao longo de um canal. O nosso hotel estava num bairro mais sossegado a cerca de 6km do centro da cidade, mas este parque tornou cada caminha para casa num passeio, sem nos cansarmos ou pensarmos na distância.

Num dos bancos deste parque estava uma livraria aberta, onde cada um pode legar num livro para ler, ou trocar um livro já lido por outro. Não há muitas cidades na América do Sul onde estes livros sobreviveriam mais do que 2 dias...

 As cores do Outono coloriam a cidade (a ultima vez que vi estas cores foi há 3 anos...)

Como não podia faltar, também fomos ao jardim zoológico onde revimos os nossos amigos cangurus, vimos suricatas pela primeira vez e muitos outros animais.

Os mais clássicos juntamente com os cangurus e pinguins (que para mim são mais exóticos, mas este é um conceito que varia bastante dependendo de onde se cresceu).

 As aves

 Os macacos e semelhantes

A vista do zoo sobre a cidade, os suricatas, porco-espinhos a dormir à sombra e as renas. Gosto particularmente daquela toda esticadinha que apesar de ter erva à frente prefere fazer o esforço e comer as folhas frescas da árvore.

Santiago foi assim... os dias seguintes foram passados entre 3 cidades costeiras chilenas: Valparaíso, Viña del Mar e Reñaca.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Estou de volta

Não aproveitei o jacuzzi da primeira foto do post anterior porque estava frio e não vi a paisagem da segunda foto mas vi muitas outras. O balanço da viagem é super positivo e passei dias fantásticos! Os posts sobre a viagem não vão tardar, mas preciso organizar e escolher de entre as mais de 1400 fotos tiradas... Levam-se fotógrafos a passear e é assim.

Até breve!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

E...

... foi tudo por agora!




Vou ali e a outros sitios e já venho!
Alguém adivinha onde é?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Porto Seguro - Take 2

O ano passado eu e o J. decidimos que no fim da nossa estadia no Brasil escolheríamos o melhor sítio visitado e voltaríamos lá. A escolha seria difícil se tivessemos todo o tempo do mundo disponível e uma conta bancária maior. Assim, considerando o quão fácil e rápido é de chegar ao lugar escolhido e tendo em conta o preço, decidimos voltar a Porto Seguro.

Praia da Coroa Vermelha

A verdade é que Porto Seguro pode não ser a praia mais tropical, ou deserta, com os peixes mais coloridos, mas ainda assim é um lugar fantástico! A água do mar é quente, há barzinhos espalhados pela praia (para todos os gostos), faz sempre bom tempo e está a 1h de voo de Belo Horizonte.

Foram 3 dias cheios de praia, piscina, sol e caipirinhas. Se quiserem saber mais de Porto Seguro e arredores vejam os posts anteriores: Porto Seguro, Nascer do Sol, Santa Cruz Cabrália e Trancoso/Arraial D'Ajuda

 O nossos velhos amigos caranguejos

 Estava mesmo a precisar disto...

 ... e disto também!


Escolhemos um apartamento dentro de um condomínio fantástico, com uma piscina fantástica que estava sempre vazia e que por isso aproveitamos ao máximo (sempre que não estávamos na praia).




Espelho meu espelho meu, há alguém mais feliz do que eu? Mais feliz não, mas tão feliz quanto, com certeza os meus companheiros de viagem!

Testamos a máquina fotográfica resistente à água

Outro componente importante das nossas mini férias foi a comida. Estando à beira mar,  queríamos muito matar as saudades de um bom peixe grelhado.


De uma travessa cheia de peixes fresquinhos escolhemos o maior!!! Sempre achei engraçado poder escolher o peixe assim...

Aqui, o peixinho já estava grelhado e aquelas batatas... fazem crescer água na boca só de me lembrar.


Para sobremesa nada melhor que uma melancia enorme e fresquinha!


Vou ter saudades de estar a 1h de vôo de Porto Seguro e de poder fazer uma escapadinha de 2 ou 3 dias sempre que me apetecer...

terça-feira, 9 de abril de 2013

Pérolas à Brás(iu) #9 - Falhas na electricidade

Aqui de vez em quando a electricidade vai abaixo e fica tudo às escuras. 
Às vezes é só durante 1 ou 2h, mas já cheguei a ficar sem luz durante mais de 24h.
Umas vezes é porque houve trovoada e caiu uma chuva tropical daquelas. Outras é porque a chuva fez cair uma árvore em cima de um poste de electricidade. Outras é porque há manutenção na zona e até recebemos um aviso a dizer "no Domingo não haverá luz das 9h às 17h". Porquê ao Domingo e não durante a semana que não há ninguém em casa porque vai tudo para o trabalho, não sei...

Hoje em dia já tenho o meu próprio ritual... sei onde estão as velas e os fósforos de cor. Corto frango e cenouras quase às escuras como ninguém. Ainda hoje, por exemplo, o jantar foi todo feito à luz das velas. Mas a luz veio rápido demais (só demorou 1h) e tivemos que apagar as luzes para comer com a mesma atmosfera com que cozinhamos. Ainda bem que o fogão é a gás e mesmo sem luz não morremos à fome. 

No trabalho as coisas pioram. Se estiver a trabalhar com lasers vai tudo abaixo e tenho que voltar a ligar tudo e nem sempre está tudo como antes. Às vezes, em vez de cortes de luz há picos de luz, ou seja, a luz falha momentaneamente mas o suficiente para se desligar tudo. Esses geralmente vêm em bandos como os pássaros e nesse caso o melhor é arrumar as trouxas e ir para casa, porque ligar e desligar os aparelhos não lhes faz muito bem à saúde. Assim que ouço trovoada, automaticamente salvo o que estou a fazer... já fui apanhada desprevenida demasiadas vezes. 

Mas acontece assim tantas vezes? Citando um professor, com o qual conversámos durante um almoço sobre o assunto: "não acontece assim tantas vezes". Não... 1 ou 2 vezes por mês em casa e 4 ou 5 vezes por mês na universidade. Quase nunca...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A época do suor

Numa época em que vindos de Portugal só vêm queixumes de que já não se aguenta tanta chuva eu passo pelo problema contrário. Quando fui de férias de Natal, 11 em cada 10 pessoas me questionava se eu estranhava o tempo, uma vez habituada a sol todos os dias. Eu sempre respondi que estava adorar o frio e que finalmente podia respirar. Ao meu comentário, 95.7284 % das pessoas responderam "ah, eu é que devia ir morar para lá, porque eu gosto é do calor, e dou-me muito melhor com o calor".

Isso é o que vocês pensam!

Este post é dedicado aos que pensam que gostam do calor e calor é que é.

Em Portugal, ou na Europa em geral, gostamos do sol porque gostamos de apanhar sol.
Gostamos do sol porque também significa (geralmente) que as férias estão à porta e é uma época do ano que em andamos mais relaxados.
O sol faz-nos felizes e o calor sabe-nos bem depois de um Inverno de chuva e frio. 

Eu pensava isso tudo e curti o sol daqui no primeiro ano. Calor ou não sabia-me bem, principalmente depois de 3 anos sob o céu cinzento da Polónia. Mas as coisas mudam...

Estávamos numa época de calor extremo quando veio uma onde de calor. O quê????? pensei eu, e antes era o quê? Frio? Foram 3 ou 4 semanas de tanto calor que não conseguia pensar, suava 24h por dia, sem parar, caminhar para o trabalho era um sacrifício e não havia nada, em momento nenhum que nos refrescasse. Sim, existem ar condicionados, com filtros sujos e que espalham bactérias num proporção tão grande que em 2 meses ficamos doentes 3 vezes!

Então é isso às pessoas que adoram calor convido a morarem aqui. Convido-os a suar 24h por dia. Convido-os a tentarem dormir com o dilema: durmo com calor ou deixo a ventoinha ligada e acordo com dor de garganta? Convido-os a dormirem na beirinha do colchão, com as costas coladas à parede, num gesto desesperado em busca de algo fresco. Convido-os a saírem do banho e imediatamente sentirem o suor a formar-se... isso minha gente, é puro calor. Se é mesmo disso que gostam venham!

domingo, 7 de abril de 2013

Segurança no Trabalho

Se pensam que este post é sobre o facto de ninguém usar protecção para manusear azoto liquido (que uso quase todos os dias), de não haver ventilação no nosso mini laboratório de química, de não haver batas à disposição nem que se vá mexer em ácidos ou de se deitarem os restos químicos pela pia abaixo estão muito enganados. Estes items podem parecer importantes para a segurança no trabalho, mas não são nada se comparados ao medo constante da possibilidade um dia encarar um arma apontada à minha cabeça.

Há precisamente 2 anos e 3 dias, no dia 4 de Abril de 2011, em torno das 5h da tarde, houve um assalto à mão armada a um gabinete no meu departamento (no corredor ao lado do meu actual gabinete). No gabinete estavam 4 alunos de doutoramento, que eu conheço e vejo todos os dias, e que foram forçados a deitarem-se no chão e a entregarem tudo o que tinham a 2 assaltantes (podem ler a noticia completa aqui). O choque foi enorme, o departamento entrou em pânico e foram proferidas palavras como "isto não pode continuar assim". Foram feitas greves, caminhou-se em grupo até à reitoria para o problema ser ouvido pelo reitor, gritou-se bastante, discutiu-se ainda mais e a conclusão foi que... algo tinha que mudar.

Sendo analisado bem o problema percebeu-se que o prédio não tinha qualquer tipo de segurança. No primeiro e segundo andares há salas de aula e no terceiro e quarto andares há gabinetes e laboratórios. O acesso é livre para todos. Na portaria não há barreiras, qualquer pessoa pode entrar onde quiser. Fechar os 2 últimos andares é impossível por razões de segurança, então o problema tinha que ser resolvido controlando a entrada do prédio. Além disso, fez-se um projecto para colocar cameras de vigilancia no departamento inteiro. 

Hoje, 2 anos depois o que foi feito afinal?

Muito pouco...

1. A entrada continua a ser não controlada, mas há mais porteiros. Já não passamos por uma entrada aberta, mas sim por uma catraca que não é accionada por nada, é só empurrar. Qualquer um pode passar por ali.
2. No corredor onde decorreu o assalto, uma das portas foi trancada e no outro lado foi colocada uma porta de vidro com acesso electrónico por cartão. A porta trouxe ainda mais dores de cabeça, porque frequentemente falha e quem está dentro do corredor fica preso tendo que esperar que alguém que esteja FORA carregue num botão. Além disso, mesmo com a porta fechada é possível cortar o cabo eléctrico que passa pela tranca e em menos de 1 minuto abrir a porta. 
3. Um projecto para colocar vigilância electrónica foi feito mas não houve dinheiro para comprar o material. 
4. Nos primeiros 6 meses depois do assalto foram contratados guardas nocturnos e porteiros para uma outra porta que fica no 4º andar, mas hoje em dia já são bem menos, porque mais um vez não há dinheiro. Além disso, os porteiros são pessoas sem defesa, sem armas e sem treino. Se eles próprios se virem à frente de um cano de uma arma, nada podem fazer. 

Então é isso... depois de tanto barulho, discussões, e exigências com murros na mesa, 2 anos depois parece que já ninguém se lembra do que aconteceu, apesar de continuarem a desaparecer coisas de vez em quando, ao fim de semana...

A mim, a única coisa que realmente me surpreende é não acontecerem mais coisas, mais vezes. 
Triste, muito triste!