Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Lago Titicaca e as suas Ilhas Flutuantes

No quase último dia no Peru conhecemos o Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo (em termos de altitude). O lago é maioritariamente peruano, mas uma pequena parte também é boliviana. 

 Lago Titicaca com Puno ao fundo

 A navegar pelo lago

Pelo lago cresce uma espécie de juncos, chamados de totora, com raízes muito longas e porosas. Quando varios juncos são cortados e amarrados formam um material duro por cima e flutuante por baixo, usado para fazer as famosas ilhas flutuantes. A profundidade do lago em baixo da ilha que visitamos era de 20m. A medida foi feita à nossa frente, para nos mostrarem que sim, que estávamos numa ilha que flutuava.

 Totora

 Porcos a "pastar" numa parte mais baixa do lago

Um dos povos que usa este método para fazer as suas ilhas flutuantes são os Uros. Em cada ilha moram geralmente mais do que uma familia e todas as ilhas são diferentes, mas ao mesmo tempo semelhantes. Todas têm um ou dois barcos, para os moradores irem até outras ilhas ou até à cidade, e cada familia tem a sua casa. Tudo é feito de totora seca. A parte boa de se morar nestas ilhas é que quando a comunidade de uma ilha se zanga com uma das familias, o problema é facilmente resolvido cortando o pedaço dessa familia e deixando-os a flutuar sozinhos. Pode também acontecer que uma familia nova se junta à comunidade, amarrando o seu pedaço de ilha a outra ilha maior. Esta migração de familias faz com que o numero de ilhas varie ao longo dos tempos. No dia da nossa visita havia 65 ilhas flutuantes no lago.

 Umas das ilhas com as suas casas e torre de observação


 Embarcação para a família toda

Presidente da ilha que visitamos, com um pedaço da ilha montado para nos explicar como são construidas. Ao fundo vê-se o painel solar que usam para obter energia durante a noite.

Antes de viverem do turismo, os Uros viviam da venda de peixe e de outros produtos vegetais e texteis. Com a modernização dos tempos começaram a produzir objectos artesanais, geralmente miniaturas das suas casas e barcos, que fazem o gosto aos turistas. Deste modo, as familias (mais ricas) conseguem não só pagar os estudos dos filhos (muitos deles estudam línguas e/ou turismo), mas também painéis solares para poderem ter electricidade na ilha durante a noite. 

 Mulher, nas suas roupas coloridas, a fazer um tapete

 O caule da totora é comestível e é bom para manter os dentes brancos e saudáveis

 Eu, o J. e a filha de uma das famílias, vestidos com trajes típicos dos Uros

 Os pompons amarelos são para ser amarrados nas tranças e ser usados ao fundo. A mim faltavam-me as tranças...

 Vista da torre de observação. Vê-se parte da ilha onde estávamos, com o viveiro de peixes, e a ilha vizinha. 

 Venda de texteis. Não foi facil resistir a estas cores!

 Ao sair desta ilha, navegamos no barco da familia até outra ilha e dissemos adeus às nossas anfitriãs.

 As crianças estavam sempre prontas para tirar fotos com os turistas... em troca de rebuçados.

Depois de visitarmos os Uros, navegámos até a uma das maiores ilhas (não flutuante) do lago, a ilha de Taquile. No barco avistamos as montanhas nevadas na Bolívia e o lago a perder de vista. 

 A navegar pelo lago, com as montanhas bolivianas ao fundo.

Paisagem na ilha de Taquile

Em Taquile moram cerca de 2200 pessoas, que vivem da agricultura, da pesca e também do turismo. As pessoas usam os mesmos trajes coloridos, mesmo quando trabalham no campo e cuidam dos animais. O diferencial de um dia normal para um dia de festa é o tipo e o modo como usam os seus chapéus. 

 A mesa estava posta para o nosso almoço, onde comemos peixe fresco e outras delicias típicas.



Quando a paisagem é de cortar a respiração é muito difícil escolher só algumas fotos...


Terminamos o dia já em Puno, a ver as cores do pôr do sol no Lago Titicaca.


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