Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Amazónia - experiências

A experiência na Amazónia foi tão rica que poderia escrever mil e um posts sobre o assunto. A diversidade de fauna e flora são tão grandes que é bastante difícil conseguir identificar o que quer que seja no meio da selva e é impressionante o conhecimento e a memória que os nativos têm. Recorrendo a algumas notas acho que consigo mostrar um pouco do que vivi e do que vi neste lugar tão distante e especial. 


O papagaio vermelho à esquerda é um visitante comum do lodge. Era enorme e muito bonito! No meio e de cima para baixo temos um Jaçana, um Urubu (sempre à entrada do lodge, como que a guardar) e um Coroca. À direita, de cima para baixo, vemos um Coró-coró (green ibis), um papagaio (selvagem, vimos um bando deles) e vários Martim-pescador. 


Num dos passeios de barco vimos preguiças (no centro da foto), uns bichinhos muito lentos. Segundo os nativos apenas defecam uma vez por semana, sentadinhos ao fundo da árvore, pois demoram pelo menos um dia a subir ou descer o tronco da árvore. 
 Um tucano

 Os golfinhos cor de rosa também nos visitaram todos os dias, ao longe. Na época seca é mais fácil ver este tipo de golfinhos e há até quem já tenha nadado com eles.


Insecto que deslizava à tona da água. Lembro-me que era muito venenoso, mas não me lembro do nome...

Também fizemos duas caminhadas a pé pela selva, onde aprendemos não só sobre a espécies mais perigosas, mas também algumas regras de sobrevivência. 

 Aranha Coronel-vermelho



À esquerda, como extrair a seiva de uma serigueira, para depois se fazer borracha. À direita, como subir a uma árvore, com a ajuda de um cordão feito de uma folha (algo que o guia fez em 3 minutos, mas que se fosse eu demoraria pelo menos 1h). 

 Babaçu, uma espécie de mini-coco, muito saboroso.



À esquerda, um dos guias a subir por uma liana acima e à direita um ramo de uma árvore duro como uma carapaça de tartaruga.

 Porque apesar de tudo somos turistas na selva... os guias fizeram coroas e colares de presente, usando folhas de bananeira.

O rei e a rainha da Amazónia!


Que se divertiram à brava em plena selva! Desde folhas maiores que eu, boas para fazer abrigos em caso de chuva, a árvores muito maiores que o mais alto dos homens, divertimo-nos ainda a andar de liana!



À esquerda, umas das flores que nascem directamente no tronco de uma árvore. À direita, demonstração de como arranjar repelente natural. Coloca-se a mão no tronco de uma árvore com formigas e espera-se que as formigas nos cubram a mão. Esfregam-se as formigas de modo a esmaga-las e já está! A mão fica a cheirar a repelente e tudo! A natureza é uma coisa maravilhosa!

 Apauá, uma delicia!

Pesca da piranha. 
Fomos pescar para o jantar. Os guias já sabiam os locais melhores e foi lá que nos levaram. Ainda nem tínhamos desligado o barco já o guia tinha pescado uma. "Isto vai ser canja" pensamos. Mas não foi... Além de eu não ter pescado nada, as piranhas nem a minha carne comeram! Algumas roubavam a carne e fugiam antes de ser apanhadas, mas a minha nenhuma quis. O mesmo já não aconteceu no prato! Piranha é um peixe branco e muito saboroso de comer.

 O papagaio mais domesticado do lodge, que voa sempre até à cozinha porque o cozinheiro lhe dá frutas.


Um dos pontos altos da nossa estadia foi a caça nocturna ao Caimão (uma espécie de crocodilo). Saímos de barco pelo meio da floresta inundada, usando apenas 2 lanternas de longo alcance, usadas para encandear o caimão. Quando o bichinho ficou quieto o guia segurou-o com as mãos e mostrou-nos. Fosse o caimão mais pequeno e teríamos segurado nele, assim foi impossível. Ainda assim fiz-lhe festinhas na barriga e senti a textura tipo borracha das suas "escamas". O que também foi interessante neste passeio foi a escuridão. Com as lanternas desligadas ficamos apenas com a luz das estrelas e que céu fantástico se vê num lugar isolado destes! Apesar da cidade ficar a cerca de 100km de distância, o clarão de luz ainda é perceptível a olho nu, mas não interfere com a escuridão do céu. 


O que também foi interessante neste passeio foi a escuridão. Com as lanternas desligadas ficamos apenas com a luz das estrelas e que céu fantástico se vê num lugar isolado destes! Apesar da cidade ficar a cerca de 100km de distância, o clarão de luz ainda é perceptível a olho nu, mas não interfere com a escuridão do céu. 


Marajá, outra espécie da família do côco

 Restos ósseos de um macaco

 Insecto do tamanho da minha mão



Pepino do mato, delicioso mas muito pegajoso...



Almoço depois da caminhada pela selva: peixe e frango grelhado. É também neste local que se pode usufruir de uma noite na selva, dormindo em redes (em baixo). 


 Diferentes tipos de lagartos e lagartixas


Tivemos também a oportunidade de visitar a casa de uma família nativa (não confundir com família índia). Esta família sobrevive com a ajuda de um subsidio fornecido a famílias interessadas em desenvolver diferentes cultivos. Esta familia além de vários tipos de plantas e vegetais, produzia farinha de mandioca, que preparavam em larga escala no quintal.


Casa com a avó e a neta à janela. A neta tinha 14 anos e queria casar-se o mais depressa possível para se ver livre da madastra, que era apenas um ano mais velha, e que por isso a tratava mal. Um exemplo de um estilo de vida completamente diferente...

 Pote onde a farinha é torrada, ao lume. 


Da esquerda para a direita, em cima: pinha ou beribá, algodão natural ainda na planta, cubiú. Em baixo: Abacaxi (este era duplo!), jaca e uma flor de maracujá. Todos são produção desta família.

 Plantação de abacaxis

 Ovelhas para produção de leite.

Numa outra casa, cujo quintal ficou reduzido a nada quando as águas subiram, vimos porcos, galinhas e coelhos, todos juntos nuns meros quatro metros quadrados.

 Visitamos também a maior arvore desta região amazónica, uma Samauma. 


Parte da árvore estava inundada devido ao nível alto das águas do rio, mas ainda assim o seu tamanho é impressionante. No fundo do tronco são necessários 16 homens de mãos dadas para a poderem abraçar! 


A árvore é tão grande que existem verdadeiros ecossistemas nos ramos mais altos. Há espécies de sapos, insectos e plantas que nascem, reproduzem e morrem sem nunca sair do seu ramo da árvore. 


A cerca de 15 minutos de barco está uma pequena área social com escola, centro de saúde, mini-mercado e igreja. No supermercado tanto se pode comprar um pedaço de carne de vaca acabadinha de desmanchar, como se pode ver um jogo de futebol num LCD gigante (na foto o LCD está por trás da vaca pendurada). Maravilhas da tecnologia...


Os nossos dias terminavam com um refrescante banho de rio... sim, o mesmo rio onde pescamos piranhas e onde apanhamos um crocodilo. Na verdade havia crocodilos a cerca de 50m deste sitio. Acontece que ambas as espécies só atacam se estiverem esfomeadas e sentirem o cheiro de sangue. Como comida é o que não falta, pois as águas são ricas em peixe e outros nutrientes, é seguro nadar nestas águas. 


Crocodilo com um pedaço de pão na boca, que o cozinheiro lhe atira de vez em quando.

A experiência foi ainda mais enriquecida pelos dois macaquinhos do lodge. A mãe deles morreu e foram adoptados pelos guias e pessoal que ali trabalha. Comportam-se como dois irmãos, sempre a brincar um com o outro, mas na hora de dormir, o macho protege a fêmea e dormem assim enroscadinhos. Adoram o contacto humano, saltam-nos para o colo e agarram-se ao pescoço quando os tentamos pôr no chão. Dá vontade de trazer para casa, mas é lá que eles pertencem e são felizes. Além de que sempre que conseguem entrar numa das cabanas fazem uma confusão e roubam tudo o que podem para brincar cá fora...

E assim foi... Uma Aventura na Amazónia!

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