Os ultimos dias da nossa viagem foram passados em Buenos Aires, a capital da Argentina. A cidade é enorme com vários bairros interessantes espalhados. Tínhamos uma visita guiada à cidade incluída, que foi passada maioritariamente dentro do autocarro. Numa outra cidade, não teria gostado, mas nesta cidade enorme não pode mesmo ser feito de outra maneira. Na visita aprendi muitos factos sobre Buenos Aires e em como cada bairro tem o seu estilo, tipo de habitantes e peculiaridades.
A parte cultural é dividida maioritariamente entre o tango e o futebol, presentes em cada canto da cidade. A gastronomia é bastante variada sendo a carne de vaca o ingrediente mais conhecido pela sua alta qualidade, que lhe dão um sabor e textura únicos. Esta parte ficará para um outro post, por agora vamos às vistas da cidade.
Casa Rosada, a sede da presidência da républica Argentina
Cabildo de Buenos Aires (old town council)
Catedral de Buenos Aires, onde o Papa Francisco celebrou missa muitas vezes.
Os três edificios anteriores situam-se na praça 25 de Maio. Num animado e colorido passeio a pé pela avenida 25 de Maio, chega-se ao obelisco.
O famoso obelisco, postal da capital argentina
Monumento a Los Caidos nas ilhas Malvinas
Torre Monumental, no bairro Retiro
Cemitério de Recoleta, onde se podem ver os tumulos de várias personalidades argentinas, incluindo o de Eva Peron, mais conhecida como Evita.
Tumulo de Evita, à esquerda, e um dos corredores do cemitério, à direita.
Complexo desportivo do Boca Juniores, no bairro de La Boca.
Nos primeiros três anos após a sua fundação, o Boca Juniores não tinha nenhuma cor oficial para colocar nas suas camisolas. Quem resolveu este problema foi Juan Brichetto, antigo presidente do clube e trabalhador no porto de Buenos Aires. Ele sugeriu que o Boca Juniores adoptasse as cores do primeiro barco a chegar ao porto no dia seguinte. O primeiro navio que aportou no dia seguinte era sueco e daí o Boca Juniores ser hoje em dia representado pelas cores azul e amarelo, tal e qual a bandeira sueca.
O bairro de la Boca é conhecido pelas suas casas coloridas e por ser o berço do Tango argentino. O bairro fica ao pé do (antigo) porto da cidade, o que foi favorável à popularização do tango. No início o tango era dançado pelas ditas mulheres vulgares ou prostitutas, que vinham a la Boca dançar com os marinheiros, cansados de apenas conviver com homens depois de dias e dias no mar. Assim, o tango era uma dança não aprovada pela elite argentina, mas tudo mudou quando esta dança começou a ser popular na França. Aí então, o tango começou a ser aceite por todos na Argentina, tornando-se a dança nacional.
Infelizmente hoje la Boca não é um bairro seguro, mas durante o dia as suas ruas centrais enchem-se de turistas. Isso faz com que la Boca também seja um local demasiado virado para o turismo com imensas lojas de souvenirs, dançarinos de tango de rua que tentam ganhar dinheiro com fotos e outras coisas assim, que retiram a graça a este local. Ainda assim, vale a pena visitar, pois é um lugar muito especial.
O antigo porto
Tango e futebol, sempre presentes nas ruas de la Boca
Ponte da Mulher, em Puerto Madero, um bairro de restaurantes à beira rio, muito bonito e agradável à noite.
Floralis Generica, a grande flor de metal, que antes abria e fechava mas hoje em dia já não
Parques, jardins e bosques na região de Palermo.
Foi muito interessante passear pela região de Palermo num Domingo solarengo, com os argentinos todos na rua a correr, a andar de patins ou simplesmente a passear. Os parques estavam cheios e a animação era mais que muita. Havia algumas tendas com cachorros quentes (chamados de "completo") ou hambúrgueres feitos na chapa e havia também vendedores ambulantes a vender churros e outros doces.
Ponte grega no Parque 3 de Fevereiro, no bairo de Palermo
Parque 3 de Fevereiro
Um dos parques mais bonitos é o parque 3 de Fevereiro e o seu passeio no roseiral (Paseo del Rosedal). Há uma imensidão de rosas vermelhas no centro, rodeadas por roseirais de muitas outras cores e não consigo descrever os aromas que se sentem no ar. Foi como passear dentro de um frasco de perfume suave e agradável.
Além das vistas bonitas exteriores, Buenos Aires é também rico em coisas para ver e fazer dentro de portas. Ir às compras, por exemplo, é bastante popular nesta cidade. Esta capital da América do Sul é uma das mais populares para os brasileiros, que encontrando preços geralmente inferiores aos do seu país, aproveitam para comprar muitas coisas por aqui. O mercado do cambio também é enorme. No banco trocam-se reais a cerca de 3 pesos argentinos, no entanto nas ruas chegam-se a trocar reais a uma taxa de 3.80. Claro que a origem desse dinheiro não é clara, e é sempre mais seguro optar por um banco ou casa de cambio oficial.
Incluído no nosso pacote estava também um passeio de compras pelos outlets. Apesar de não estarmos minimamente interessados eu aumentar a nossa bagagem, que semanas depois teria de se mudar para outro continente, decidimos ir só pela experiência. É que o passeio incluía um carro e guia privados, que nos levariam a várias lojas. Algumas das lojas eram em garagens, nas quais era necessário tocar à campaínha de uma porta normalíssima. Ou seja, só quem sabe que existe é que lá entra, parecendo portanto tudo muito legal... No geral os preços não eram assim tão baixos, e os artigos mais em conta eram de modelos já bastante fora de moda (principalmente artigos de desporto, que foi o que vimos mais).
Estação de metro
Para terminar este post, escolhi o que para mim foi o sítio mais impressionante, bonito e fantástico de Buenos Aires - a livraria Ateneo.
Esta livraria gigantesca foi construida dentro de um antigo teatro e foi tudo aproveitado de um modo brilhante. Em cada balcão há um tipo de artigo (ex. DVDs, CDs, mapas, etc.), no palco fica um simpático café e os balcões VIPs, mais encostados ao palco, foram transformados em locais de leitura. O ambiente é inspirador e chão em carpete convida a sentar enquanto se folheiam livros sem fim. Adorei!
Buenos Aires é assim, uma cidade com mil coisas para experimentar, actividades para todos os gostos e que reúne gerações com as suas duas grandes paixões: o tango e o futebol. Talvez por o futebol ser mais comum na minha vida, eu gostei especialmente do contacto com o tango, que vou contar no próximo post.
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