Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
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domingo, 30 de maio de 2010

De pernas para o ar

Tendo em conta as minhas experiências anteriores, de cada vez que bato a porta de casa e me ponho a caminho de onde quer que seja há um pensamento que me ocorre sempre: o que raio me irá acontecer desta vez. Porque boas ou mais, insignificantes ou não, tenho sempre histórias para contar. Desta vez apanhei comboios, aviões, autocarros e 24h depois, já estava aqui em BH na minha rua, quando o mesmo pensamento me ocorreu. Estranhamente, desta vez não tinha nada para contar. Devo estar a perder qualidades, pensei. 

Mas o dia ainda não tinha acabado...

É com alegria e muito cansaço que vejo o meu portão. Chave na fechadura... não entra. Boa, finalmente mudaram a fechadura perra e ferrugenta, mas e como é que eu entro? Bem, como mudaram a fechadura também devem ter arranjado as campaínhas, coisa que a senhoria disse que iria acontecer mal eu cheguei da primeira vez. Mas não. Nenhuma campainha funcionava, e restou-me bater no portão e chamar os vizinhos aos berros. Ninguém veio à janela sequer. Ok, posso sempre ligar à senhoria. Rodeada de malas, na rua, debaixo de um sol quente e vestindo 2 camisolas de manga comprida, troquei os cartões ao telemovel. O cartão brasileiro tinha expirado. Ok, eu copio o numero e volto ao português. Não deu, sabe-se la porquê. Com tudo isto 30 minutos se tinham passado e finalmente vejo uma vizinha a sair de casa e peço-lhe para me abrir o raio do portão.

Já a sonhar com um duche refrescante chego à porta do quarto que encontro aberta. Entro e vejo a cama sem lençois e o colchão levantado. Todas as minhas roupas estão desajeitadamente penduradas no colchão. Tudo o resto que estava no armário está espalhado pelo quarto. Vejo que me puseram as prateleiras que eu tanto pedi. É essa a causa de toda a confusão. Ok, nem vou pensar nisto, e no que tenho que arrumar, vou mas é tomar banho e ir até à universidade. Mas era pedir muito... a minha toalha também tinha desaparecido... aarrrgghhh

Ok, agora foi demais! Fui a casa da senhoria ver que tipo de furacão tinha passado pelo meu quarto. Ela decidiu lavar-me os lençois e a toalha, pôr umas prateleiras no armário e no quarto e ia já arrumar tudo "agorinha mesmo", mas não sabia que eu ia chegar nesse dia. Eu sei que não avisei, porque afinal eu entro e saio da casa que eu alugo quando eu quiser, certo? Além de que, estando fora 5 semanas, não esperava que ela fosse fazer tudo isso dois dias antes de eu chegar...



Foi uma sensação que desconfio que só quem passa por ela entende o quão desapontante é: imaginar que se vai chegar a casa, refrescar-se, estender-se na cama e descansar, e depois ver tudo de pernas para o ar e imaginar o trabalho todo que se tem pela frente... 
Foi um dia que nunca mais acabou, pois practicamente sem dormir e depois de ter que ir à universidade (35 minutos de caminhada para cada lado, lembram-se?), ainda cheguei a casa e tive que tornar o meu quarto habitável. No entanto valeu a pena! Agora parece um quarto a sério e nesse dia dormi que nem uma pedra.

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