Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
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Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Maratona em Charles de Gaulle

O resto da história já está explicado aqui e basicamente o resto foi assim:

Saí do avião quase por último porque estava lá atrás e ao contrário do que a hospedeira me disse, não havia ninguém à espera dos passageiros com voos de conexão. Decidi não perder tempo a perguntar e comecei a correr. A porcaria da porta era longe como tudo e os corredores eram tão compridos que havia daqueles tapetes rolantes. Como TODAS as pessoas iam no tapete e não no corredor, deitei-me a correr por aí e 5 minutos depois já tinha passado os passageiros todos do meu voo. Quando cheguei à sala de espera do aeroporto tentei perceber de que porta saía o meu voo. Não o encontrei!

Pânico!

Pedi ajuda a uma empregada de mesa de um café ali ao pé e depois de alguns minutos ela repara que o meu voo sai de um outro terminal. Como era suposto eu ter 4h de espera no aeroporto não prestei atenção aos detalhes, pois teria tempo para fazer tudo com calma. A senhora indica-me o corredor para onde devo ir e recomeço a minha corrida. Faltavam menos de 40min. para o meu voo. 

Eu não sabia para onde estava a ir. Eram corredores curtos, com várias voltas e escadas, onde não havia mais ninguém. As placas indicavam que estava a ir na direcção certa, mas era estranho. Muitos corredores depois cheguei a uma sala, onde estava uma rapariga que me disse que tinha que esperar pelo mini autocarro que faz o transporte entre terminais. Um ecrã indicava que tinha que esperar 14 minutos e isso era desesperante. Como é que depois de correr tanto e com tanto ainda para correr eu podia ficar ali sentada, à espera. A rapariga tentou tranquilizar-me e dizer-me que eu tinha tempo de sobra para apanhar o voo. Apanhei o autocarro faltavam 20 minutos para o meu voo sair...

O autocarro parecia que não andava. Saí no Terminal que queria no edificio A, mas precisava de chegar ao D. Pensava que ia apanhar outro autocarro para o edificio C (sim, porque o autocarro parava no C e no E e eu precisava do D!), mas um senhor disse-me que não, que eu podia ir a andar por dentro do edifício. Começa a correria outra vez. Escrevendo jamais poderei descrever o quanto eu corri. Foi assim tanto tanto tanto e parecia que aquela porcaria nunca mais chegava. Era corredores, escadas para cima, escadas para baixo, mais corredores, filas de gente e eu a correr em full speed.

Finalmente chego ao D e vejo o balcão de check in 9, onde eu ainda precisava de levantar o meu cartão de embarque. Chego lá, cansada, quase sem respirar, e o senhor pergunta qual o meu voo. Digo que vou para Atenas e ele com aquele ar inchado "o check in está fechado, fechou à meia hora atrás". Mas eu só preciso do cartão de embarque, eu já fiz check in! O senhor não acreditava...

Pânico!

Finalmente apareceu outro senhor que não se importou de ir ver ao computador e que depois de 2 longos minutos (parecerem 2h, juro!), me fez um sinal de ok com o polegar. Deu-me o cartão de embarque e disse-me para correr porque estava atrasada (a sério?).

Passei pela segurança, tirando os liquidos e o computador, na maior das pressas e chego finalmente à minha porta de embarque faltavam 4 minutos para fechar! A senhora pediu-me a etiqueta da mala despachada e eu pensei para mim mesma que se a mala me aparecer em Atenas vou espalhar ao mundo inteiro que a Air France é a melhor companhia de sempre. É que se eu corri esta maratona para apanhar o voo, tenho a certeza absoluta que ninguém fez o mesmo com a minha mala...

O meu sonho quase se tornou realidade quando ouço o capitão falar ao microfone que iamos sair uns 15 minutos atrasados porque estavamos à espera da bagagem de um passageiro. O voo acabou por sair 20 minutos depois, mas da mala nem sinal. Era bom demais para ser verdade, mas fiquei bastante contente por ter chegado a Atenas ainda nesse dia e poder passar essa noite na companhia da minha irmã que estava lá à minha espera. A ultima coisa que que queria era ficar presa em Paris quando queria estar com ela a pôr a conversa de 6 meses em dia!

Esta foi assim a corrida mais importante da minha vida até hoje e fico feliz e ter cumprido o objectivo. De uma coisa tenho a certeza... se eu não corresse 3x por semana, nunca teria apanhado aquele voo...

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