Ia eu rua abaixo numa das principais avenidas no centro da cidade quando vem um senhor ter comigo e me pergunta se eu sou mineira ou se sou do sul. Notei que falava num português diferente e tendo em conta a sua idade já avançada pensei que era mais um emigrante português que se deixou conquistar pelo Brasil. Assim, respondi-lhe que era portuguesa. O senhor ficou muito surpreendido e mostrou-se feliz, pelo que lhe perguntei se também ele era português. Respondeu que não, mas que os seus antepassados eram. Que o seu tataravô era portugês e tinha sido morto pela inquisição e que ele na verdade tinha sangue real. Continuou a falar que o seu sobrenome era não-sei-quê Lima, uma família muito conhecida até aos dias de hoje em Portugal (ah sim?). Depois de tanta conversa saca do seu panfleto de um saco. O Brasil vai ter eleições em Outubro e o senhor é candidato a deputado federal, pelo partido monarquico. Assim que vi tal gesto pensei "logo vi, tanta conversa só podia ser política" e imediatamente lhe digo "o senhor sabe que campanha comigo não funciona, não sabe? É que eu nem votar posso!". Mas que inocente fui eu ao pensar tal coisa de sua realeza... "Claro que sei", respondeu ele "Mas como a achei tão simpática vou-lhe dar um autografo. Qual é o seu nome?". Oh claro, mas quanta honra! Que fui eu pensar de sua alteza! Perdida de riso lá lhe disse o nome e ao despedir-me decidi fazer o senhor feliz e dizer-lhe que tinha sido uma honra conhece-lo. E foi... fez-me rir o caminho todo!
Melhor momento que esse (hoje) foi depois de ter comprado uma esfregona e me ter lembrado que me tinha esquecido de ir à livraria comprar um presente. Lá andei eu no meio das estantes com a esfregona na mão e o segurança de olhos cravados em mim... não fosse eu limpar alguma coisa...
Pensando melhor o momento alto do dia foi mesmo quando no autocarro, com a mesma esfregona na mão, tropecei nela e ia caindo no meio do corredor. Mas o motorista já me conhece desde o edredon e a caixa de panelas da semana passada...