Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
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Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dança Experimental

Hoje fui experimentar uma aula de dança experimental. Na descrição sobre a aula que li percebi que era uma aula de dança com vários ritmos misturados. Algo sem ser extremamente organizado, mas feito para agradar e divertir o público em geral. Pareceu-me bem... Sempre gostei de dançar e sempre gostei de experimentar coisas novas por isso fui.


Acho que vou já saltar para a conclusão final para que os meus leitores não façam como eu e percam o seu tempo demasiado excitados com a ideia... que perda de tempo! Tendo já procurado aulas de dança aqui perto, esta foi a única coisa que encontrei (sem ser danças de salão). A "professora" era uma aluna de licenciatura em educação física ou dança, não cheguei a perceber. Ela dançava bem, muito bem mesmo, mas ensinar... 

Vamos lá ver se torno isto simples... basicamente a aula foi composta por :
  - Aquecimento - a parte que gostei mais porque andamos para lá aos saltinhos
  - Alongamentos - demasiado pesados para pessoas que não façam dança todos os dias... tipo eu! Ainda mal mexo as costas e nem sinto as pernas... não, não sou eu que estou perra, vou ao ginásio quase todos os dias!
   - A aula propriamente dita que teve 2 exercicios. O primeiro foi... as articulações devem mexer-se umas a seguir às outras... agora vou por musica e dancem usando as articulações e desenhando figuras geometricas no chão.
Ah?... Sara faz um esforço... vá dança! (eu para mim mesma). Depois de ter feito 2 quadrados parei... a professora avisa-me para não parar, porque o exercicio dura 5 minutos. Vá Sara, agora faz um losango! E agora um... nanotubo! Vou fazer um nanotubo! Agora um grafeno... 
Olhava em volta e só via gajas a esparramarem-se no chão, a contorcerem-se todas e eu a pensar e que raio de figura geométrica é essa? Serei eu demasiado técnica para isto?

O segundo exercicio foi o drama, o horror... gelei de medo quando ouvi... façam pares! Pensa Sara, pensa, arranja uma desculpa e sai daqui, já! Mas não consegui... O exercicio consistia em criar uma coreografia com o nosso par baseada no teatro do oprimido durante 5 minutos e depois apresentar à classe. Nem vou descrever mais...

No final das apresentações (que foi só 2) acabou a aula... Mas afinal... a "professora" ensinou o quê? Aprendi o quê nesta aula? Aprendi a apanhar o autocarro grátis que anda dentro do campus porque o edifício da educação física é longe para cacete... e assim já não foi em vão a minha ida.

No final ouvi uma outra rapariga que também só tinha ido experimentar dizer que tinha adorado a aula. Sério? Como? A seguir ouvi-a dizer que esperava uma aula teórica e gostou muito porque era prática. Ah ok, tudo explicado, ela veio de outro planeta.

Compreendo que a aula até deva ser interessante para quem gosta do tipo. Até admito que deve ser uma aula muito à frente, demasiado à frente para a minha mente demasiado analista e técnica, mas honestamente... se eu quisesse dançar sozinha, inventar passos sozinha, e mexer as articulações sozinha... fazia-o em casa... e ainda punha a musica que eu quisesse!

É que no final de um dia inteiro a pensar porque é que aqueles picos aparecem ali, qual a equação que se adequa melhor à minha amostra, porque raio é que o sinal continua tão mau depois de ter alinhado tudo, o que eu preciso não é de pensar e criar coreografias, preciso é de uma aula de dança do tipo monkey see monkey do... Quero mexer-me cansar-me, copiar passos, imitar coreografias... mas sem pensar muito...

1 comentário:

  1. Eheheheh.

    Oh Sara, achei muito engraçada a forma como descreveu a sua experiência mas o que gostei mais foi que apesar de ter apresentado os pontos negativos relativos à sua opinião pessoal também considerou o que os outros poderiam pensar e sentir com a mesma experiência. Apesar de ter apresentado alguns comentários de "gozo barato" (como eu lhe chamo), fê-lo de uma forma educada.
    O que eu acho, Sara, é que a experiência não serviu apenas para aprender a apanhar o autocarro à borla, espero que tenha servido também pra aprender que quando não se sabe do que se trata determinado assunto não se confia na primeira informação que lhe surge, que normalmente serve para atrair o maior número de pessoas, incondicionalmente. Deve fazer-se uma pequena pesquisa e desta forma não se corre riscos de perda de tempo nem o risco de, eventualmente, atrapanhar o trabalho das outras pessoas interessadas.

    Atenciosamente,
    J.C.

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