Nascida e criada em Portugal. Já morei na Polónia, no Brasil, na República Checa e agora é a Suécia que me acolhe.
O meu blogue, tal como o meu cérebro, é uma mistura de línguas. Bem vindos!

Born and raised Portuguese. I have lived in Poland, Brazil, Czech Republic and now I'm in the beautiful Sweden.
My blog, just like my brain, is a blend of languages. Welcome!

domingo, 31 de outubro de 2010

E no final para relaxar...

Apesar de ter começado bem mais tarde fiz tudo o que queria e quando saí de lá fui para o clube como C.
Os clubes no Brasil são centros desportivos com campos para vários desportos colectivos, piscinas, ginásios, etc. Já me tinha feito sócia do clube da universidade, CEU, mas ainda não tinha ido. O clube é muito bom! Uma área relvada grande, duas piscinas grandes, cadeiras e muito sol! Passámos o resto da tarde à conversa dentro de água, jogámos peteca (estou muito melhor que da primeira vez que joguei) e terminamos a tarde a comer açaí.


No final o meu sábado não foi tão mau assim...

Um sábado diferente

O meu programa preferido para os sabados de manhã é ir ao ginásio e depois ao mercado central comprar frutas e legumes. O mercado central fica cheio de gente, as esplanadas em volta estão cheias de pessoas bem dispostas a beber cerveja, e sinto que é mesmo fim de semana. No entanto, o plano para ontem era diferente.

Apertada com trabalho fui para o laboratório. Como é sabado e não ia mais ninguém espalhei as minhas coisas pelas mesas e fui ligar uma das máquinas. Como demora uns 5 minutos a aquecer e estava muito calor saí para beber água. Assim que ouço a porta fechar-se atrás de mim sinto que se passa algo de errado. Levo a mão ao bolso... o cartão da porta não está lá... deixei-o em cima da mesa... Todas as minhas coisas estão lá dentro e eu do lado de fora sem poder entrar. 

Sem telemovel, sem os contactos de ninguém e com a universidade deserta pois além de ser sabado, é ffim de semana grande e de eleições, decido ir à portaria. Não, eles não têm nem chaves suplentes nem contactos de nenhum professor. What??? Um dos seguranças diz-me que um professor da fisica, o J.M. acabou de subir e que talvez ele me possa ajudar. J.M. é o director da física, com certeza que ele tem o numero de alguém. Procurei-o e encontrei-o... mas não o conhecia... era outro J.M. Deixou-me usar o computador dele e mandei um email a uma amiga, que para mim seria a unica capaz de ler os emails num sabado, mas sem nenhuma certeza.

Uma hora depois encontro uma aluna de mestrado. Ah que bom que estás aqui!!! Tens o numero de telfone de alguém? Não... não tenho dinheiro no telemovel e perdi os contactos há pouco tempo...
Ok...

Vou a um outro laboratório e encontro um rapaz. Ele tem os numeros de várias pessoas que me podem ajudar mas diz que dali do lab só dá para ligar para numeros fixos. Tentámos todos e ninguém atendeu. Ele era super lento e apesar de ter um telemovel não ofereceu ajuda... no final quando me viu quase a desesperar lá ligou para uma pessoa, a única que tinha nos contactos dele (ele não percebeu a parte  em que o telemovel também funciona se digitarmos um numero anotado num papel, sem estar na lista de contactos). Por azar também essa pessoa não atendeu.

Anoto todos os numeros e decido procurar outra vez o J.M. Esse sim, estendeu-me logo o telemovel e eu liguei para o meu colega L.G., que por acaso já estava a caminho. Ao mesmo tempo fui ao meu email e vi que a minha amiga tinha respondido e o C. também já estava a caminho. 

Duas horas e meia depois de me ter trancado aparece o C., com o seu ar sempre relaxado e diz "oh portuguesa, deves ser portuguesa...". O L.G. veio logo a seguir...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Qual é a melhor maneira de fazer um poster?

A melhor maneira de fazer um poster é... ir fazendo.

Lá no laboratório passamos a tarde a fazer os nossos posters e a imaginar, falar e pensar sobre o hotel à beira mar o encontro em Fortaleza da semana que vem.

Fizemos meio gráfico cada um... ah, vamos ver se o hotel tem piscina também...
Escrevemos uma frase... ah, qual será a melhor praia para irmos? Vamos ver na net...
Mais uma figura... será que há bares lá ao pé?

Por isso é que agora em vez de escrever um post de jeito, estou aqui... em casa, agarrada ao poster.
Pode ser a maneira mais agradável de fazer um poster, mas com certeza não é a mais rápida!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Já que falei em sotaque...

... lembrei-me de mais duas engraçadas.

Os Cariocas ao tentarem imitar os português usam "tu" em vez de "você". Muito bem! Mas esquecem-se sempre de conjugar o verbo seja lá em que pessoa for, o que acaba por ficar:

Eu vai
Tu vai
Ele vai
Nós vai
Eles vai


Os cariocas também tentam usar o plural e o singular mas geralmente confundem tudo e dizem:

Um caldos e dois pastel, por favor!


Piada? Não, é verdade mesmo...

Sotaque carioca

Os cariocas (para os mais distraídos: carioca = pessoa do Rio) têm um sotaque brasileiro que se aproxima mais ao nosso português, estando ainda assim muito longe. Dizem melhor os ss, os r's e dizem "porra" a cada 5 palavras.

Fui ao mercado central comprar o famosos queijo fresco de minas e perguntei:

Eu- Oi. Tem Frescal (e não fressscau!).
Senhora ao meu lado- Frescal...ahahah... você é do Rio?
Eu- Não, sou portuguesa mesmo!!!

Como o tom dela não foi simpático mas gozou, irritou-me e falei tão rápido que ela não entendeu nada do que eu disse... melhor ainda... assim ficou a saber de vez a diferença entre um carioca e um português!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

E os tiros?

E os roubos? Não foste assaltada? Quantos tiroteios ouviste?

Nenhum. Nada. Nunca tive medo sequer. Sempre fui cuidadosa é claro. Não me fui enfiar nas favelas a ver o que lá havia, nem fui aos parques quando já estava escuro. O Rio é como qualquer cidade grande (não... Lisboa não é grande!). Há crime? Claro que há. Mas não se esqueçam que na TV só passam as coisas más e as tragédias. E ainda, é exactamente por o Rio ser tão conhecido pelo crime, que nos bairros a segurança é ainda mais reforçada!

Ou é isso tudo ou os traficantes estavam todos de férias nesse fim de semana...

Menos bom

Para uma das cidades turisticas mais visitadas no mundo o Rio de Janeiro tem muitas falhas.

O aeroporto mais pequeno não tem informação turistica nenhuma e o aeroporto internacional fica longe do centro. Será que os turistas nunca vêm de outros lugares do Brasil? E os turistas que são brasileiros?
Ainda assim consegui um pequeno guia e um mapa no hotel. O guia não era mau, com restaurantes, lojas, shoppings, melhores lugares turisticos e com os respectivos endereços. O mapa é que não servia para nada porque só tinha as ruas principais. O assunto resolveu-se comprando um mapa (gigante! mas pelo menos com as ruas todinhas) num quiosque. Era um bocado chato desdobrar aquilo no meio da rua, mas pelo menos não nos perdemos mais. 

Outra grande falha é o acesso a lugares importantes como o Cristo Redentor e o Pão de Açucar. São os dois locais mais frequentados do Rio e até hoje não sei como ir lá. Obviamente que não perguntei, porque com o mau tempo não dava para ir, mas nem no guia explicava que autocarro apanhar, ou como fazer. No fundo eles são muito espertos, pois a maioria dos turistas não fala português, logo não se desenrascam muito e a maioria tem medo de andar por aí perido sozinho, logo recorrem a agencias de viagens que cobram o dobro do que custaria indo sozinhos.

Essa foi outra falha... tirando em Copacabana e Ipanema, muito pouco no Rio está escrito em inglês. Muitas vezes nem o menu dos restaurantes. Será que os turistas só andam na zona Sul? Vi mais coisas escritas em inglês em Paraty do que no Rio. Aliás em Paraty a primeira coisa que vi quando saí do autocarro foi um posto de turismo, coisa que não cheguei a encontrar no Rio.

E claro que como em todo o Brasil, há sempre o chico-esperto a tentar aproveitar-se dos turistas. Em Paraty, exactamente no posto de turismo o senhor queria-me convencer que eu precisava de um táxi para chegar à minha pousada, porque ainda por cima estava a chover! Não estava a chover bem, só uns pingos leves e o que ele dizia ser super longe levou-nos 10 minutos a andar e com as malas atrás...

Resumindo... andámos meio perdidos, molhados, mas sempre muito contentes afinal estavamos na cidade maravilhosa!

Factos engraçados

1. 
A certa altura andávamos perdidos no meio da mata, porque o mapa era mau, não havia placas para os lugares que queriamos ir ver, e havia bifurcações no caminho. A cada vez que nos perdiamos paravamos para tirar fotos. Era impossivel resistir... riachos de água fresco, a escorregar pelo meio de árvores de um verde que não se vê muito pela Europa. Por outro lado a estrada de terra batida com a chuva tinha virado um enorme lamaçal e estávamos todos sujos. Dividos entre o desespero de não encontrar o caminho, o suor, o cansaço, e deslumbramente de uma paisagem linda... aparecem 4 galinhas a cacarejar! Desatamos a rir, mas que raio ando 4 galinhas a fazer no meio da floresta? Foi então que reparámos num portão escondido no meio da mata, que pertencia a uma pequena quinta. As galinhas alegremente esperaram à porta para que o dono as ouvisse e as deixasse entrar...

2.
No meio do mar andava uma canoa com um rapaz novo que remava em pé e o seu cão. O cão era muito bem comportado e ficava quietinho na canoa para não perturbar o equilibrio. Como já estavamos quase no final da nossa jornada de barco o marinheiro deu-lhe boleia e atou a canoa do rapaz ao barco. O rapaz ficou super contente porque já não tinha que remar de volta à cidade, mas o cão não gostou tanto e ficou assustado com a velocidade da viagem. Para o acalmar o dono dava-lhe... bananas! A certa altura viamos o dono a descascar uma banana, metade para ele, metade para o cão. Vi vários cães em Paraty que comiam bananas, mamão, abacaxi...


3.
Tentamos fazer um video numa das cachoeiras que mostra o caminho de uma folha pelas águas. O video estaria melhor senão fossem os milhares de formigas gigantes no chão que mordiam e deixavam os nossos pés a sangrar!

domingo, 24 de outubro de 2010

Rio de Janeiro e Paraty

Depois de ter visto todos os meus colegas ir e voltar de férias e depois de ter lido e ouvido os meus colegas e familia em Portugal falarem das suas férias chegou a minha vez. Desapareci por uma semana! Inicio de Outubro, plena primavera aqui achei que seria a semana ideal para conhecer o Rio de Janeiro.

Não foi! Choveu os 3 dias e meio que lá estive. Não subi ao Cristo, não subi ao morro do Pão de Açucar, e mal vi a paisagem bela que o Rio nos oferece. Mesmo quando a chuva parava o céu estava muuito encoberto e prometia sempre mais chuva. Ainda assim caminhei o famoso calçadão de Copacabana, bebi a ainda mais tradicional água de coco (adoro água de coco, nada me consegue matar mais a sede que uma água de coco bem gelada!) e passeei pela Praia de Ipanema. Gostava ainda de ter ido ao jardim botânico, de ter conhecido mais praias, e tantas outras coisas que vão ficar para a próxima. O Rio fica apenas a 50 minutos de voo daqui, por isso...

Ainda no estado do Rio de Janeiro, mas a 300km da cidade do Rio fica Paraty. Paraty é uma cidadezinha muito conhecida pelos brasileiros por ser património nacional. A igreja matriz é tipicamente portuguesa, as ruas são de pedra calçada e a Estrada Real ou o famoso Caminho do Ouro começa aqui. Há cerca de 200 anos quandos os portugueses descobriram ouro em Minas Gerais, construiram uma estrada que ligava Paraty a Ouro Preto (que fica a 2h de carro de BH). Assim, se adormecesse num outro lugar e só acordasse em Paraty pensaria que estava numa qualquer vila costeira portuguesa. Pelo menos até ver os cocos e as bananas pendurados nas árvores.

Na verdade o que mais gostei em Paraty não foi a cidade em si, ou os barcos às cores, ou a igreja matriz, mas sim a natureza em volta. O slogan da região é "Venha a Paraty, onde as montanhas encontram o mar" e não podia ser mais verdade! Paraty localiza-se em plena Mata Atlântica (uma especie de Amazônia à beira do oceano), e tem praias selvagens lindas, cachoeiras escondidas pelas montanhas e fica rodeado de ilhas selvagens cobertas de vegetação. Sem sol para aproveitar a praia, que no meio de tudo nem é o mais especial, aproveitamos o tempo mais fresco para fazer caminhadas pelo meio da floresta. 

Conhecemos Trindade, uma vila a cerca de 60km de Paraty, onde caminhando no meio da mata se chega a uma praia enorme e linda. Continuando a caminhada no meio da mata  e ouvindo sons diferentes aos das nossas florestas chega-se a uma piscina natural no meio das rochas, onde se pode nadar com peixes coloridos que não fogem à nossa passagem. Num outro dia alugámos bicicletas e com um mapa pouco claro rodámos 30km, dos quais quase 10 a subir a montanha. Valeu absolutamente a pena. Vimos cachoeiras escondidas de água tão fresca que doi nos ossos e caminhos estreitos rodeados de bananeiras onde tudo em volta era verde verde verde. No último dia como fez sol, fomos de barco conhecer praias escondidas no meio da mata, cujo acesso só se faz por mar e ilhas que não podem ser consideradas menos que paradisíacas. Inclusivé há ilhas que têm apenas uma pousada e o resto é mata! O ideal para descansar!

Além disso a comida em Paraty era óptima. Muito peixe, muitas frutas, e muito bacalhau! Sendo uma cidade puramente turística, que os brasileiros procuram exactamente por lhes lembrar os seus ancestrais em quase todos os restaurantes se podem encontrar pratos de bacalhau.

E é assim... Os brasileiros adoram Paraty por ser das poucas cidades realmente antigas do país. Os europeus, que têm disso de sobra nos países deles, gostam de Paraty pela Mata Atlântica, animais, exóticos e praias selvagens, o que para os brasileiros não tem graça nenhuma, porque no país deles há muito disso...

Deixo ainda algumas fotos! Enjoy it!!!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Resumindo...

Eu sei que anda tudo (cof cof) à espera das minhas fotos das férias. É que é sempre a mesma coisa... fico ausente duas semanas e o trabalho acumula-se, depois quando volto não tenho tempo para nada até por tudo em ordem. Prometo que no final de semana escrevo...

Por hoje, deixo um resumo do que andei a fazer...

 Rio de Janeiro

 Praia de Ipanema

 Paraty (a 300 km do Rio)

 Cachoeiras

Praia (no único dia que fez sol...)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

E no Rio? Como foi?

E no Rio? Como foi? - pergunta o meu blog.
Foi mais ou menos.
Mais ou menos? Mas não é o Rio a "cidade maravilhosa" e uma das mais belas do mundo?
Talvez...
Talvez? Mas não viste o Cristo Redentor?
Mal...
Não subiste lá acima?
Não.
E ao Pão de Açucar? Subiste?
Não.
E tomaste banho em Copacabana ou Ipanema?
Também não.
Mas pelos menos foste ao Jardim Botânico, não?
Também não!
Então o que é que fizeste no Rio?
Fiz compras e fui ao cinema?
Cinema? Shopping? Mas foste mesmo ao Rio? Aquele Rio de Janeiro no Brasil?
Fui!
E?
Choveu o tempo todo e mal vi o sol com tantas núvens e tão escuras... Vi o Cristo umas duas ou três vezes só, quando as núvens se deram ao luxo de se desviar por uns segundos...



Ok, não foi tão mau assim. Não fiz nada do que queria mas ainda dei uns passeios (às vezes à chuva) pelo centro, pelas praias e bebi água de coco em Copacabana como manda a tradição. Depois mostro umas fotos que apesar de acinzentadas são capazes de nos arrancar alguns suspiros...